Os contratos futuros de açúcar encerraram a quinta-feira (31) em queda nas bolsas internacionais. O recuo foi motivado pela divulgação de dados da safra brasileira, que indicam produção acima das expectativas para a primeira quinzena de julho na região Centro-Sul do país.
Produção no Centro-Sul supera estimativas
De acordo com a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), a produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil somou 3,4 milhões de toneladas nas duas primeiras semanas de julho, o que representa um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número também ficou acima da estimativa da S&P Global, que previa 3,3 milhões de toneladas.
O bom desempenho foi impulsionado por uma moagem expressiva, que alcançou 49,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, e por um mix mais açucareiro, com 53,68% da matéria-prima destinada à produção de açúcar.
Qualidade da cana preocupa
Apesar do avanço na quantidade produzida, a qualidade da cana-de-açúcar foi afetada pelas chuvas. Segundo a UNICA, o Açúcar Total Recuperável (ATR) caiu 6,8%, atingindo 133,66 kg por tonelada — um fator que pode impactar a rentabilidade do setor.
Desempenho nas bolsas internacionais
Nas bolsas de Nova York e Londres, os contratos futuros de açúcar registraram desvalorização:
- ICE Futures (Nova York):
- Outubro/25: queda de 10 pontos, cotado a 16,35 centavos de dólar por libra-peso
- Março/26: queda de 9 pontos, cotado a 16,97 centavos de dólar por libra-peso
- ICE Europe (Londres):
- Outubro/25: recuo de US$ 2,20, fechando a US$ 467,80 por tonelada
- Dezembro/25: baixa de US$ 1,60, negociado a US$ 460,80 por tonelada
Açúcar cristal tem leve baixa no mercado interno
No Brasil, o açúcar cristal também apresentou queda. De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), a saca de 50 kg foi cotada a R$ 120,45, com retração de 0,12% em relação ao dia anterior.
Etanol hidratado segue em alta
Enquanto o açúcar recuou, o etanol hidratado teve valorização no mercado interno. Segundo o Indicador Diário Paulínia, o metro cúbico do biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.755,50, alta de 0,77%.
Os números refletem um cenário misto para o setor sucroenergético: ao mesmo tempo em que a produção avança e surpreende positivamente, fatores como clima e qualidade da matéria-prima seguem exigindo atenção do mercado.
Fonte: portaldoagronegocio