O aclamado ator Gong Jintang morreu aos 83 anos, no dia de Ano Novo. Ele era conhecido por seu papel na comédia “Kang’s Family”, que foi ao ar em 2000. A mídia local cobriu o falecimento de Gong, nome familiar há anos na China, mas a causa da morte não foi esclarecida.
“Estou tão chateado. [Gong] representa nossa memória por duas gerações”, disse um usuário do Weibo, plataforma chinesa que se assemelha ao WhatsApp.
No mês passado, os fãs da ópera de Pequim ficaram chocados com a morte repentina de Chu Lanlan, uma soprano de 40 anos que se apresentou durante as Olimpíadas de Pequim em 2008. Um obituário divulgado pelo Beijing Opera Arts College disse que Chu, que era professora da instituição, morreu devido a uma doença. Sua família não deu detalhes sobre a causa, informou a mídia local.
Wang Jingguang, um premiado diretor de cinema mais conhecido por seu filme “Never Look Back”, de 2013, também morreu no mês passado, aos 54 anos. Também em dezembro, faleceu Ni Zhen, um renomado roteirista chinês de 84 anos – sua obra mais conhecida é o clássico filme de 1991, “Lanternas Vermelhas”.
O famoso jogador de futebol Wang Ruoji também morreu em dezembro, e a mídia estatal chinesa informou que ele morreu de Covid-19 aos 37 anos.
No mês passado, a China flexibilizou sua política restrita da pandemia, conhecida como “Covid Zero”, levando a um aumento nas infecções. Segundo investigações de mídias internacionais, hospitais e crematórios foram rapidamente sobrecarregados.
No final de dezembro, a Comissão Nacional de Saúde da China parou de publicar dados diários da Covid-29. A Organização Mundial da Saúde criticou, no início desta semana, a definição “estreita demais” da China para caracterizar se alguma morte foi causada pela doença, alertando que as estatísticas oficiais não estavam mostrando o verdadeiro impacto do surto.
A China registrou apenas 22 mortes pelo coronavírus desde dezembro e reduziu drasticamente os critérios para classificar essas fatalidades. As recentes mortes de figuras públicas como Gong e Chu levaram a população a questionar os dados oficiais do governo.
Sob uma hashtag do Weibo que diz “a primeira onda de Covid-19 não causou uma grande quantidade de mortes”, que se refere a uma citação de dezembro de um oficial de saúde chinês, muitos internautas chineses se enfureceram com o que chamaram de uma enorme subestimação no número de mortos. A hashtag registrou mais de 220 milhões de visualizações até a tarde desta sexta-feira, 6.
“Sejam acadêmicos ou celebridades, ou meus parentes e amigos próximos, realmente sinto que muitas pessoas morreram, mas os especialistas continuam dizendo que não foi o caso”, comentou uma pessoa.
“Muitas figuras públicas morreram, muitas delas faleceram ainda jovens”, escreveu o influenciador do Weibo Haishang Yilanghua, que tem 364.000 seguidores, no mês passado. “Essas mortes foram tornadas públicas, mas ainda havia muitas outras pessoas comuns que sofreram e morreram que não foram divulgadas online.”
Fonte: Veja