A citricultura paulista, um dos pilares do agronegócio mundial, enfrenta um grande desafio devido ao avanço das altas temperaturas. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), as condições climáticas adversas podem comprometer a produção de laranjas e limões na reta final da safra 2024/25 e impactar o desenvolvimento vegetativo dos frutos para a próxima temporada (2025/26).
Na última safra de laranja, que abrangeu o cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais, mais de 307 milhões de caixas da fruta foram produzidas. No entanto, o aumento das temperaturas e a escassez de chuvas adequadas têm prejudicado principalmente as variedades mais tardias, como a laranja Valência. Esses frutos têm apresentado calibres menores do que o ideal para o consumo in natura, o que tem levado muitos produtores a direcioná-los para a indústria de sucos, afetando a rentabilidade do setor.
De acordo com o Cepea, os preços da laranja e do limão Tahiti continuam em trajetória de queda. A laranja destinada à indústria foi comercializada por R$ 68,18 a caixa de 40,8 kg, com uma redução de 1,57% nos últimos cinco dias. No mercado in natura, a variedade Pera, que no início de março estava cotada a R$ 94,24, registrou uma queda para R$ 88,73 por caixa em 5 de março, representando uma desvalorização de 5,85%.
O gerente comercial da Hydroplan-EB, Francisco Carvalho, alerta que a falta de umidade e o calor excessivo impactam diretamente o desenvolvimento das frutas, comprometendo sua qualidade e reduzindo a produtividade. Ele destaca a importância de os produtores adotarem estratégias para mitigar os efeitos do clima e garantir a rentabilidade da safra.
Tecnologias para Mitigar os Efeitos da Seca
Com as previsões climáticas cada vez mais desafiadoras para a citricultura brasileira, a implementação de tecnologias inovadoras voltadas para a conservação da umidade e o manejo sustentável do solo pode ser crucial para garantir safras mais produtivas e rentáveis. No cultivo da laranja, em particular, onde a demanda por água é alta, estratégias que aumentem a retenção hídrica são fundamentais para preservar a qualidade dos frutos e reduzir os impactos da estiagem.
Fonte: portaldoagronegocio