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Agronegócio

Biocombustíveis: Redução de Emissões e Oportunidades de Mercado em Países Emegentes

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Um estudo da IEA Bioenergy revela que a incorporação de biocombustíveis com baixo teor de carbono em misturas de combustíveis líquidos pode reduzir de 10% a 15% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em mercados emergentes. O relatório será oficialmente apresentado durante a conferência BBEST & IEA Bioenergy 2024, que ocorrerá em São Paulo, de 22 a 24 de outubro.

De acordo com a pesquisa, a mistura de 25% ou mais de biocombustíveis em combustíveis convencionais em países selecionados da África e da Ásia pode resultar em uma redução de até 262 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano na pegada de carbono total. O estudo, liderado por Glaucia Mendes Souza, professora titular do Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Programa de Bioenergia (BIOEN) da Fapesp, analisa o potencial dessa mistura em sete mercados emergentes: China, Etiópia, Índia, Indonésia, Malásia, África do Sul e Tailândia. Esses países, junto com Argentina, Brasil, Colômbia e Guatemala — avaliados em uma pesquisa anterior — podem contribuir com quase metade da meta de redução de emissões globais necessárias para atingir a neutralidade de carbono no setor de transporte até 2050.

O documento será apresentado em um evento organizado pelo Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN/FAPESP), pelo Programa de Colaboração em Tecnologia de Bioenergia da IEA Bioenergy e pela Sociedade de Bioenergia (SBE).

Estratégia para o Futuro do Transporte Sustentável

A iniciativa busca estabelecer uma estratégia custo-efetiva para reduzir as emissões de GEE no setor de transportes, que deverá crescer rapidamente nos próximos anos devido ao desenvolvimento econômico desses países. O relatório estima as emissões de GEE associadas ao biodiesel e ao etanol em mercados emergentes da África e da Ásia. Segundo Souza, reduções de até 87% foram observadas em algumas misturas em comparação às suas contrapartes fósseis.

A pesquisadora afirma que os biocombustíveis se mostram competitivos em termos de custos em relação aos combustíveis fósseis, exceto em casos onde as matérias-primas são dispendiosas ou onde os combustíveis fósseis recebem grandes subsídios.

Comércio Internacional e Sustentabilidade

O relatório também considera a adoção do comércio internacional de biocombustíveis como alternativa viável à utilização de matérias-primas locais, estratégia comumente aplicada aos combustíveis fósseis. Os resultados mostram que essa abordagem é competitiva em termos de custo. Além disso, as emissões adicionais de GEE provenientes do transporte internacional são facilmente compensadas pelas economias de GEE geradas pelos biocombustíveis.

Por fim, o relatório do Task 39 da IEA Bioenergy oferece recomendações aos formuladores de políticas públicas, sugerindo o desenvolvimento de políticas que incentivem práticas sustentáveis, ao mesmo tempo em que excluem aquelas consideradas insustentáveis, tudo fundamentado em sistemas de certificação.

Task 39 da IEA Bioenergia

Fonte: portaldoagronegocio

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