Para José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) e do Senar/SC, ser produtor rural ou empresário do agronegócio no Brasil é um ato de coragem e persistência. Enfrentando leis ambientais, trabalhistas e sanitárias muitas vezes complexas e desajustadas à realidade do campo, esses profissionais mantêm firme o compromisso com a produção de alimentos, a segurança alimentar da população e a preservação dos recursos naturais.
Desafios e preconceitos contra o campo
Um dos maiores obstáculos enfrentados pelo setor é o julgamento superficial e, às vezes, hostil de alguns segmentos da sociedade, que desconhecem as especificidades do mundo rural. Essa visão equivocada desconsidera a importância do agronegócio, que é uma das maiores conquistas socioeconômicas e tecnológicas recentes do Brasil, longe de ser um vilão ambiental.
Agricultura brasileira como motivo de orgulho nacional
A agricultura brasileira é moderna, eficiente, competitiva e sustentável, alimentando cerca de um bilhão de pessoas no mundo e suprindo com abundância o mercado interno. O Brasil conquistou reconhecimento global como fornecedor confiável, sendo uma potência agroalimentar.
Impacto da produção agrícola na qualidade de vida
A frase “onde há segurança alimentar, há paz social” é especialmente verdadeira no Brasil. Segundo estudos da Embrapa, o avanço tecnológico permitiu um aumento expressivo no consumo de alimentos, como a carne de frango, cujo poder de compra com um salário mínimo passou de 41 kg em 1970 para 141 kg em 2023. O consumo per capita anual saltou de 3 kg para 46 kg em 2024. Além disso, a queda constante nos preços da cesta básica desde 1973 tem beneficiado a população.
Crescimento do agronegócio impulsiona economia
Pesquisas econômicas indicam que o crescimento do PIB do agronegócio está diretamente ligado à geração de renda, empregos e melhor qualidade de vida, inclusive nas áreas urbanas. Entre 1980 e 2020, a produção de grãos aumentou mais de 400%, enquanto a área plantada cresceu apenas 60%, resultado do uso de tecnologias e manejo sustentável. O Brasil é hoje autossuficiente na maioria dos alimentos básicos, exceto trigo, e é o segundo maior exportador mundial de alimentos.
Desmistificando o agronegócio como causador da degradação ambiental
É urgente desconstruir o mito de que o setor agropecuário brasileiro é o principal responsável pela degradação ambiental. Na realidade, os produtores preservam 282,8 milhões de hectares de vegetação nativa em propriedades privadas — cerca de 33,2% do território nacional — contribuindo significativamente para a conservação ambiental e mitigação das mudanças climáticas.
Comparação internacional da área agrícola
Estudos da NASA mostram que países como Dinamarca, Ucrânia e Holanda destinam a maior parte de seus territórios à agricultura (entre 66% e 77%). Nos Estados Unidos, essa proporção é de 18,3%, na China 17,7%, na Argentina 14%, enquanto o Brasil utiliza apenas 7,6% da sua área para agricultura e pecuária, o menor índice entre os grandes produtores globais.
Santa Catarina: exemplo de equilíbrio entre produção e preservação
No estado, dos 375.374 imóveis rurais cadastrados, que ocupam 7,3 milhões de hectares, 2,6 milhões são reservados para preservação da vegetação nativa — 28% do território estadual. O estado ainda conta com 3,06 milhões de hectares protegidos por políticas ambientais e 379,9 mil hectares em áreas indígenas, unidades de conservação e zonas militares.
Agricultura, sustentabilidade e soberania nacional
Dados de instituições como NASA e Embrapa comprovam a solidez e sustentabilidade do agronegócio brasileiro e catarinense. O setor é fundamental não só para a economia, mas para a segurança alimentar global, o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social do país.
Reconhecimento e valorização do agronegócio
É essencial que a sociedade reconheça e valorize o papel do agronegócio como base da nação. Como reforça Pedrozo, “onde há campo forte, há um Brasil soberano”.
Fonte: portaldoagronegocio