A safra de melancia em Goiás em 2024 foi marcada por uma série de altos e baixos para os produtores, especialmente em Uruana, um dos principais polos de cultivo do estado. Embora o início da temporada tenha sido impactado por chuvas excessivas em abril, que prejudicaram a produtividade, o cenário se reverteu ao longo do ano, com o aumento da área plantada e recuperação das condições climáticas.
Em abril, os volumes elevados de precipitação reduziram a produtividade, que ficou abaixo das expectativas. Com a oferta limitada, os preços pagos aos produtores dispararam em maio, superando os R$ 2,00 por quilo, o maior valor registrado na praça desde o início da série histórica do Hortifruti/Cepea, em 2014. Esse preço elevado motivou os melancicultores goianos a ampliar a área cultivada nos meses seguintes.
No segundo semestre, o tempo mais firme permitiu a recuperação da produtividade, que alcançou mais de 55 toneladas por hectare em algumas áreas de Uruana. No entanto, o aumento da oferta resultante da ampliação das áreas de plantio contribuiu para a queda nos preços, o que limitou a rentabilidade dos produtores, embora as margens ainda se mantivessem positivas.
Com a desaceleração da colheita no final de outubro e início de novembro, os preços voltaram a reagir, proporcionando margens melhores para os melancicultores. No entanto, a partir de novembro, com o início das safras de melancia de Teixeira de Freitas (BA) e São Paulo, a oferta nacional aumentou, o que pressionou os preços para baixo no estado de Goiás.
O fim da temporada goiana foi ainda mais desafiador devido ao retorno de chuvas acima do esperado, o que afetou negativamente a qualidade das melancias, tornando-as menos atrativas em comparação com as frutas produzidas em São Paulo e na Bahia.
Ao longo da safra 2024, a rentabilidade média foi de R$ 0,66 por quilo, valor semelhante ao registrado na temporada anterior. Para 2025, as perspectivas indicam a manutenção das áreas dedicadas à melancia no estado de Goiás, embora os desafios climáticos e as oscilações de mercado continuem a influenciar o setor.
Fonte: portaldoagronegocio