O estado de Goiás possui atualmente 19 Granjas de Reprodutores Suínos certificados (GRSC), estabelecimentos que seguem rígidos padrões de biossegurança e controle sanitário, assegurando a qualidade genética e a sanidade dos reprodutores suínos. A certificação desses locais é realizada a cada semestre pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que se responsabiliza pela fiscalização e avaliação das práticas adotadas, consolidando essas granjas como referência na cadeia produtiva nacional, especialmente no que diz respeito à genética dos animais e às medidas de biossegurança implementadas para proteger o plantel.
A comercialização e/ou distribuição de suínos destinados à reprodução só é permitida quando os animais provêm de granjas certificadas, como parte do Plano Integrado de Vigilância de Suínos, uma iniciativa voltada para o controle sanitário, a proteção da suinocultura e o fortalecimento da economia. Além disso, o plano visa garantir o acesso a mercados internacionais para os produtos brasileiros. José Ricardo Caixeta, presidente da Agrodefesa, destaca que as granjas certificadas têm um papel essencial na economia do estado, uma vez que fornecem reprodutores para várias regiões do Brasil, assegurando a produção de carne suína de alta qualidade.
A região Sudoeste de Goiás, que inclui municípios como Rio Verde, Montividiu e Santo Antônio da Barra, concentra a maior parte das granjas certificadas. Contudo, outras localidades também possuem estabelecimentos que se destacam, como em São Domingos, no Norte goiano, reconhecido pela implementação de tecnologias de ponta e práticas avançadas de biossegurança, incluindo sistemas de ventilação fechada e alta segurança sanitária. Entre as 19 granjas certificadas no estado, uma delas adota o modelo de ciclo completo, que abrange todas as fases da produção de suínos, desde a chegada das leitoas até a terminação dos animais.
As GRSC são aquelas que mantêm, comercializam ou distribuem reprodutores suínos para a multiplicação animal, atendendo plenamente às exigências de certificação, que incluem a realização de exames periódicos para detectar doenças como peste Suína Clássica (PSC), Doença de Aujeszky, Tuberculose, Brucelose, Leptospirose e Sarna. O processo de certificação tem como objetivo minimizar o risco de disseminação de doenças, garantindo a sanidade dos rebanhos e a qualidade da produção.
Processo de Certificação
De acordo com Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, a certificação das granjas é realizada em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e envolve a coleta de amostras, fiscalização da estrutura e verificação de documentos essenciais, como análises de água e relatórios de biossegurança. O processo também exige práticas rigorosas de controle sanitário, como o vazio sanitário, que impõe um período de 72 horas sem contato com os animais antes da inspeção na granja.
Tipos de Granjas Certificadas
No Brasil, existem cinco tipos de granjas tecnificadas, todas voltadas para o aprimoramento da produção suína por meio do uso de tecnologias avançadas em genética, nutrição, sanidade e biossegurança. São elas:
- Granja de Reprodutores Suínos Certificada (GRSC): Cumpre os requisitos para certificação, com padrões diferenciados de biossegurança e garantia de sanidade.
- unidade Produtora de Leitões (UPL): Envolvem as fases de cobertura, gestação, maternidade, creche e inseminação.
- Creche: Responsável pela fase de creche, recebendo leitões desmamados da UPL.
- Terminação: Fase de engorda dos suínos, antes do envio para o abate.
- Ciclo Completo (CC): Abrange todas as etapas da produção, desde a chegada das leitoas até a terminação dos animais.
Esse modelo de granjas certificadas é essencial para garantir a qualidade e a sanidade do plantel suínos no Brasil, beneficiando a cadeia produtiva e ampliando a competitividade da suinocultura nacional.
Fonte: portaldoagronegocio