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Aspartame pode aumentar o risco de câncer em grandes quantidades, alerta a OMS

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O aspartame, um adoçante artificial utilizado em refrigerantes e outros alimentos processados, pode ser cancerígeno, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). A estimativa é de que cerca de 200 milhões de pessoas no mundo consumam o produto periodicamente. 

Esta é a primeira vez que a IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer) da OMS avalia o risco do consumo do aspartame. Reunidos entre 6 e 13 de junho, os especialistas concluíram que o adoçante “pode ser carcinogênico para os seres humanos”, e o incluíram no Grupo 2B da classificação da IARC.

A decisão foi baseada em “evidências limitadas” relacionadas ao câncer em humanos e especificamente o carcinoma hepatocelular – um tipo de câncer de fígado. Outros produtos incluídos nesta categoria são o extrato de aloe vera e o ácido cafeico.

Evidências limitadas de carcinoma hepatocelular também foram constatadas em animais de laboratório e demonstradas em três estudos realizados nos Estados Unidos e em dez países europeus, segundo a OMS.

“Esses são os únicos estudos epidemiológicos sobre o câncer de fígado”, afirmou a Dra. Mary Schubauer-Berigan, da IARC. De acordo com ela, são necessárias pesquisas adicionais “para esclarecer ainda mais a situação”.

Comitê mantém recomendação de dose diária

O Comitê Misto de Especialistas em Aditivos Alimentares da OMS e da FAO (Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) também avaliou os riscos associados ao aspartame entre 27 de junho e 6 de julho.

Eles concluíram que os dados não forneciam motivos suficientes para justificar uma modificação na dose diária estabelecida desde 1981, de 40 mg por quilo de peso corporal. Uma pessoa pode consumir “sem riscos” dentro desse limite.

Segundo a OMS, um adulto de 70 kg precisaria ingerir entre 9 e 14 latas diárias de um refrigerante “light” (com 200 a 300 mg do adoçante) para ultrapassar a dose permitida, caso não tenha ingerido o adoçante em outros produtos.

O aspartame é um aditivo usado desde os anos 1980 e encontrado em bebidas “light”, produtos lácteos, pratos prontos, chicletes, gelatinas, sorvetes, medicamentos para tosse e até mesmo pastas de dente.

“Aconselhamos as empresas a manterem seus produtos nas prateleiras e também não recomendamos aos consumidores que deixem de consumi-los completamente”, esclareceu Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição, Saúde e Desenvolvimento da OMS, durante a apresentação de duas avaliações sobre o adoçante.

Produto cancerígeno deve continuar nas prateleiras?

De acordo com a Associação Internacional de Adoçantes (ISA), o Grupo 2B coloca o aspartame na mesma categoria que o kimchi, uma conserva de legumes da culinária coreana, e outros vegetais marinados. O Comitê Misto “reafirmou mais uma vez a segurança do aspartame após uma análise aprofundada, completa e cientificamente rigorosa”, enfatizou a secretária-geral da ISA, Frances Hunt-Wood.

Para Camille Dorioz, responsável pelas campanhas da associação Foodwatch, o anúncio da OMS mostra que “um adoçante possivelmente cancerígeno não tem lugar em nossos alimentos ou bebidas”.

(Com informações da AFP)

Fonte: uol
Colunista: @chefcarlosmiranda

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Carlos Miranda

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