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Agronegócio

Painel realizado no Show Rural aborda oportunidades do trigo para a indústria moageira

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Ocorreu nessa terça-feira (7), no auditório da Casa Paraná Cooperativo, localizado no Show Rural Coopavel, a 2ª edição do painel Trigo: oportunidades e desafios. O evento, promovido pela Biotrigo, com o apoio do Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná (Sinditrigo/PR), reuniu diversos elos da cadeia produtiva do cereal no estado para discutir importantes questões relacionadas à cultura. Dentre os participantes do painel, estiveram do Sistema Ocepar, Sinditrigo/PR, Coopavel, consultoria Trigos e Farinhas e Biotrigo.

Conforme o analista de desenvolvimento técnico da Ocepar/PR, Leonardo Szymczak, 55% do trigo produzido no estado do Paraná vem de cooperativas. “Com os valores da safra de 2022, estimamos que esse percentual represente 1,8 milhões de toneladas produzidas do cereal”, menciona. No estado, 30 cooperativas são atuantes na produção de trigo. Dessas, nove também atuam no processo industrial, através de moinhos. “Estimamos que a capacidade diária de moagem das cooperativas paranaenses esteja em torno de 3,3 mil toneladas do grão”, cita Szymczak. Para ele, o trigo é uma cultura estratégica em diversos sentidos, com os principais sendo no aspecto da produção de alimentação humana e animal e dos fatores agronômicos proporcionados na lavoura.

Para uma das cooperativas do estado que atua ativamente na moagem industrial de trigo, a Coopavel, a cultura é de suma importância para os seus associados, sendo estimulada através programas de fomento. De acordo com o gerente da indústria de óleos e responsável comercial do moinho de trigo da Coopavel, Eurípedes Mariano, em 2022, a cooperativa recebeu cerca de 204 mil toneladas do cereal, processando aproximadamente 160 mil toneladas. “A previsão para 2023 é a recepção de cerca de 240 mil toneladas e o processamento de aproximadamente 200 mil. Ou seja, praticamente todo o trigo que a Coopavel recebe do produtor é utilizado em nosso moinho. Portanto, iremos sempre incentivar o agricultor associado a semear essa cultura”, comenta. Ainda, Mariano conta que, devido a possíveis atrasos do milho segunda safra na região de atuação da Coopavel, deve haver um aumento de quase 20% na área de trigo dessa região.

O papel da exportação para a produção nacional de trigo

“Até meados dos anos 1980, a produção estava ligada à área e o crescimento de uma estava atrelada à outra. Atualmente, o Brasil não tem expandido tanto sua área, mas tem crescido em produção. Isso é resultado de avanços em tecnologia, que evoluiu consideravelmente em produtividade”, avalia o diretor financeiro do Sinditrigo/PR, Max Piermartini. Segundo ele, ainda há muito espaço para o crescimento na produção do cereal. Entretanto, há a necessidade da criação de uma política de impostos e para que o Brasil exporte o cereal não apenas para outros países, como também para outros estados. “Precisamos ter uma eficiência logística, pois iremos competir com outros países do mundo que talvez não tenham um pedágio no meio do caminho”, pontua Piermartini.

De acordo com o CEO e analista sênior da consultoria Trigos e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, o principal insumo da atividade agrícola é o preço. E a exportação ajuda a agregar . “Isso ocorreu com a soja e com o milho, no instante em que essas culturas passaram a ser exportadas. Portanto, a exportação é o caminho para agregar preço e aumentar área e produção. Mas o segredo disso é o planejamento. O Brasil precisa chegar à autossuficiência de trigo, mas isso só irá ocorrer se exportar o grão em uma maior escala e em diversos locais do país”, avalia.

Melhoramento genético: o mediador dos interesses da cadeia produtiva

No Paraná, o final da safra de trigo de 2022 foi marcado por desafios climáticos, devido às chuvas na fase de colheita. De acordo com o gerente regional norte da Biotrigo, Bruno Alves, a empresa realiza anualmente 15 mil testes de resistência quanto à germinação em pré-colheita em suas cultivares e linhagens, visando ampliar ao máximo a segurança do agricultor na lavoura. Para ele, o trabalho de uma empresa de melhoramento genético passa por entender quais são as demandas do produtor e da indústria moageira, conseguindo entregar as soluções que melhor atendam a essas necessidades. “Destinamos nossos esforços para conseguir ser esse mediador e poder atender a indústria com uma qualidade destacada, mesmo passando por intempéries climáticas, e o produtor, com o objetivo de que ele possa colher sempre, rentabilizando a sua propriedade durante o inverno”, ressalta.

Fonte: portaldoagronegocio

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