Quedas nos preços marcam a manhã desta terça-feira (29)
O mercado internacional do café iniciou o dia em baixa nas bolsas de Nova York e Londres. Os contratos futuros registraram quedas moderadas na manhã desta terça-feira (29), em meio à preocupação dos investidores com o avanço da colheita no Brasil e as possíveis barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos.
Clima adverso aumenta apreensão sobre a safra 2025/2026
De acordo com a agência Reuters, a queda nas temperaturas em partes do cinturão cafeeiro brasileiro acendeu o alerta entre os negociantes. Embora a colheita da safra 2025/2026 já tenha ultrapassado 70% de avanço, o beneficiamento do café arábica tem gerado preocupação. Especialistas apontam para uma quebra de renda acima do esperado, o que pode afetar a oferta do grão no mercado internacional.
Tarifas de Trump afetam clima de negociação
Outro fator de pressão sobre o mercado é a possível aplicação de uma tarifa de 50% sobre os embarques de café brasileiro para os Estados Unidos. Segundo boletim do Escritório Carvalhaes, as negociações entre os governos brasileiro e americano não avançaram. No momento, quem tem atuado com mais intensidade são empresas, torrefações e entidades norte-americanas, que buscam em Washington a exclusão do café brasileiro das tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump.
Cotações em queda nas bolsas internacionais
Por volta das 9h (horário de Brasília), os principais contratos futuros de café apresentavam os seguintes resultados:
- Café arábica (Bolsa de Nova York):
- Setembro/25: queda de 390 pontos, cotado a 297,80 cents/lbp
- Dezembro/25: recuo de 385 pontos, a 290,80 cents/lbp
- Março/26: desvalorização de 285 pontos, a 285,20 cents/lbp
- Café robusta (Bolsa de Londres):
- Setembro/25: perda de US$ 25, negociado a US$ 3.333/tonelada
- Novembro/25: queda de US$ 36, a US$ 3.272/tonelada
- Janeiro/26: baixa de US$ 43, a US$ 3.234/tonelada
- Frente fria avança sobre regiões produtoras
A previsão do Climatempo indica que a semana começou sob influência de uma frente fria no centro-sul do Brasil. O sistema deve levar instabilidades para áreas produtoras de café no Paraná, São Paulo, Sul de Minas, Triângulo Mineiro e Zona da Mata. As chuvas previstas são pontuais e, apesar da queda nas temperaturas, não há, por enquanto, previsão de geadas nas regiões produtoras.
O cenário atual reforça o clima de cautela no setor cafeeiro, que segue atento tanto às condições climáticas quanto aos desdobramentos das negociações comerciais com os Estados Unidos.
Fonte: portaldoagronegocio