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Cepea divulga Agromensais de julho: panorama dos principais mercados agrícolas

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Já estão disponíveis no site do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) os boletins agromensais referentes ao mês de julho de 2025. O relatório apresenta um panorama detalhado do comportamento dos preços, da oferta e da demanda dos principais produtos agrícolas do país. Confira os destaques:

Açúcar

Os preços do açúcar cristal branco recuaram no mercado spot de São Paulo, atingindo os menores níveis nominais dos últimos três anos. Na segunda quinzena de julho, os valores começaram uma leve recuperação, com usinas tentando manter os preços mesmo diante de uma demanda pouco aquecida. A oferta seguiu limitada, principalmente no tipo de melhor qualidade (Icumsa até 180).

Algodão

A safra brasileira 2024/25 registrou um novo recorde de exportações. Segundo a Secex, entre agosto de 2024 e julho de 2025, foram embarcadas 2,835 milhões de toneladas, superando em 6% o volume exportado na temporada anterior, que detinha o recorde até então.

Arroz

A comercialização de arroz em casca permaneceu lenta no Rio Grande do Sul, reflexo da postura cautelosa dos vendedores, que esperam melhores condições de mercado. A demanda pontual para reposição de estoques não foi suficiente para elevar o volume de negócios, que continuou concentrado em pequenos lotes.

Boi

O mercado do boi gordo enfrentou baixa liquidez e queda nos preços durante boa parte de julho. A imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos, no dia 9, agravou o cenário, mesmo com o país representando apenas 6,8% das exportações em junho. No fim do mês, as escalas de abate encurtaram e os preços começaram a se estabilizar, com sinais de recuperação nos valores da arroba e da carne no atacado.

Café

A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro permaneceu como tema central no setor. Ao contrário de produtos como o suco de laranja, que receberam isenção recente, o café continua sujeito à tarifa adicional, gerando preocupação entre produtores e exportadores.

Etanol

O preço do etanol hidratado caiu na primeira metade de julho, mas se recuperou nas últimas semanas. O Indicador CEPEA/ESALQ fechou o mês com média de R$ 2,5684/litro, leve alta de 0,12% em relação a junho. Já o etanol anidro teve média de R$ 2,8825/litro, com pequena queda de 0,35%.

Feijão

A oferta de feijão cresceu de forma expressiva com o encerramento da segunda safra e o avanço da terceira, especialmente em Goiás e Minas Gerais. Apesar do maior volume, a qualidade dos grãos foi determinante nas negociações, segmentando o mercado de acordo com o padrão do produto.

Frango

O preço médio da carne de frango registrou a terceira queda consecutiva. No entanto, a baixa de julho foi menos intensa do que nos meses anteriores, após as restrições comerciais provocadas pela detecção de Influenza Aviária em maio, no Rio Grande do Sul. Mesmo com o recuo, os preços superaram os de julho de 2024, em termos reais.

Milho

Apesar de oscilações pontuais, o milho encerrou julho com queda acumulada nos preços. A pressão veio da retração dos consumidores, que aguardavam novas baixas diante da colheita recorde e do enfraquecimento das exportações. A demanda foi atendida principalmente com estoques adquiridos anteriormente, e vendedores demonstraram maior flexibilidade nos valores.

Ovinos

Os preços do cordeiro vivo permaneceram estáveis ou em queda em quase todo o país, com exceção da Bahia. Mesmo com oferta ainda limitada, a redução da demanda por parte da indústria influenciou as cotações negativas ao longo do mês.

Soja

O contrato futuro do óleo de soja negociado na CME Group (Bolsa de Chicago) atingiu em julho o maior valor mensal nominal desde setembro de 2023. O aumento foi impulsionado pela demanda externa e pelo aquecimento do consumo interno dos Estados Unidos, especialmente nos setores de alimentos e biodiesel.

Trigo

Os preços do trigo recuaram pelo terceiro mês seguido, pressionados pela queda das cotações internacionais e pela desvalorização do dólar, fatores que favoreceram a importação do cereal. A liquidez no mercado interno enfraqueceu, com compradores priorizando o trigo importado e vendedores concentrados na conclusão do plantio da nova safra.

Agromensais de JULHO/2025

Fonte: portaldoagronegocio

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