Em um momento em que o Brasil se destaca como o maior produtor de algodão do mundo, superando os Estados Unidos, Minas Gerais celebra os resultados alcançados com o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas). Criado em 2003 por meio de uma parceria entre a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e sindicatos, o programa contribuiu para a revitalização da cultura do algodão em regiões onde sua produção estava praticamente extinta.
Atualmente, Minas Gerais se destaca pela qualidade da fibra de algodão, reconhecida por suas características superiores, como comprimento, finura e resistência. O estado também se prepara para alcançar um recorde na safra 2024/2025, com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontando para 190,2 mil toneladas de algodão em caroço e 78 mil toneladas de pluma. Com esses números, Minas Gerais ascende à posição de terceiro maior produtor nacional.
“Entre 2020 e 2025, observamos uma evolução significativa na produção, com crescimento acelerado nos últimos três anos. Esse avanço é resultado da adoção de práticas agrícolas que aumentaram a produtividade, do investimento no melhoramento das sementes, do aprimoramento do manejo para garantir a qualidade da pluma e da otimização de recursos”, explica Thales Fernandes, secretário de Agricultura de Minas Gerais.
Investimentos robustos e foco no Norte de Minas
Entre 2019 e 2024, o Governo de Minas investiu R$ 12,8 milhões na cotonicultura, por meio do Proalminas e do Fundo Algominas. Esses recursos têm sido aplicados em eventos, pesquisas, desenvolvimento de tecnologias, controle de pragas e doenças, e treinamento de técnicos, beneficiando tanto pequenos quanto grandes produtores.
No Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, onde as pragas e doenças quase extinguiram a produção de algodão na década de 1990, o Proalminas trouxe tecnologias de irrigação, combate a enfermidades e capacitação dos agricultores. Esse suporte permitiu uma significativa elevação na produtividade por hectare, proporcionando aos agricultores familiares condições de competir no mercado.
“Os produtores dessas regiões, com o programa, preferem vender para o mercado interno, pois conseguem um ágio de 7,85%. As condições de venda no mercado interno são mais vantajosas do que as exportações. Além disso, a indústria têxtil compromete-se a consumir 100% do algodão, garantindo a venda da colheita ao produtor”, detalha Fernandes.
Sustentabilidade como princípio
A sustentabilidade é um dos pilares do Proalminas. Atualmente, mais de 70% do algodão produzido em Minas Gerais possui certificações de sustentabilidade, como a ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e a BCI (Better Cotton Initiative). Essas certificações garantem a rastreabilidade do produto e asseguram o cumprimento das legislações trabalhistas, além do controle rigoroso sobre o uso de recursos hídricos e a emissão de CO2.
De acordo com a Amipa, em 2023, houve uma redução de 120 mil litros no uso de insumos químicos por safra, em grande parte devido ao uso de inimigos naturais do Bicudo-do-Algodoeiro. A associação produziu e liberou 1,1 bilhão de insetos predadores e parasitários através de sua biofábrica, o que contribuiu para a redução de pulverizações, colocando Minas Gerais como o estado com a menor média de aplicações para o controle dessa praga.
Fonte: portaldoagronegocio