O avanço da colheita mantém os preços do trigo em queda na maioria das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do país. A pressão de oferta vem derrubando as cotações e ampliando a diferença entre os valores pagos aos produtores e o preço mínimo de garantia estabelecido pelo governo federal.
No Paraná, o clima mais instável tem dificultado as atividades de campo e dado algum suporte aos preços locais, mas ainda sem força suficiente para reverter o movimento de queda. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores atuais estão bem abaixo da política de garantia de preços mínimos, o que abre espaço para intervenções da União, com o objetivo de apoiar a comercialização e assegurar a remuneração mínima aos agricultores.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o preço mínimo para o trigo está fixado em R$ 78,51 por saca de 60 quilos. Já os dados do Cepea mostram que, na última sexta-feira (7), o preço no mercado de balcão — aquele pago diretamente ao produtor — foi de R$ 57,52/sc em Passo Fundo (RS) e de R$ 63,95/sc no Oeste do Paraná. Esses valores representam quedas de 27% e 19%, respectivamente, em relação ao mínimo estabelecido pela Conab.
A diferença expressiva reforça o cenário de preocupação entre os produtores, que enfrentam custos elevados e margens reduzidas em plena fase de colheita. Diante desse quadro, analistas avaliam que ações de apoio governamental podem ser necessárias para equilibrar o mercado e evitar prejuízos maiores à cadeia produtiva, especialmente nas regiões mais afetadas pela queda nas cotações.
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Fonte: cenariomt






