A imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos, prevista para começar em 1º de agosto, pode gerar um impacto anual de até US$ 792 milhões (equivalente a R$ 4,3 bilhões). O dado foi divulgado pela Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR), que alerta para um aumento expressivo nos custos tributários do setor.
Aumento significativo nos tributos pagos pelo setor
Na safra 2024/25, o setor pagou cerca de US$ 142,4 milhões em tarifas para acessar o mercado americano. Com a nova tarifa, o total pago ao mercado dos EUA pode saltar 456%, alcançando os US$ 792 milhões. Considerando ainda outros mercados importantes, como União Europeia, Canadá, Japão, China, Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia, os tributos globais cobrados sobre as exportações de suco devem aumentar de US$ 393,6 milhões para US$ 1,3 bilhão.
Efeito sobre o mercado americano, principal destino
Os Estados Unidos foram o segundo maior comprador do suco brasileiro na safra 2024/25, representando 41,7% das exportações, atrás apenas da Europa. No período, o Brasil exportou 307.673 toneladas de suco, equivalentes a aproximadamente 85 milhões de caixas de 40,8 kg, gerando uma receita de US$ 1,31 bilhão.
Tarifa atual e projeções de custos futuros
Atualmente, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para exportar suco de laranja aos EUA, que totalizou US$ 142,4 milhões na última safra. A nova tarifa de 50%, acumulada com uma alíquota adicional de 10% anunciada em abril, eleva os custos para cerca de US$ 792 milhões.
Cenário alternativo e desafios para o setor
Mesmo que a nova tarifa de 50% substitua — e não se acumule — à de 10%, o aumento ainda seria expressivo, chegando a US$ 635 milhões, um crescimento de 345,8% em relação ao valor atual. No curto prazo, o setor enfrenta dificuldades para redirecionar esse volume de suco para outros mercados, o que pode colocar a indústria brasileira em uma posição delicada.
Fonte: portaldoagronegocio