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Agronegócio

Escassez de trigo de qualidade eleva preços no mercado brasileiro

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Os preços do trigo em grão seguem em alta no Brasil, reflexo da escassez de produtos com padrão de qualidade elevado no mercado interno. De acordo com o boletim do Cepea, compradores encontram dificuldades para adquirir lotes dentro das especificações desejadas, o que tem levado à priorização das importações.

Por outro lado, vendedores, diante de estoques reduzidos, optam por adiar negociações na expectativa de cotações ainda mais elevadas nos próximos meses, período de entressafra nacional. Segundo o Cepea, a comercialização de trigo com PH igual ou superior a 78 está restrita a lotes pontuais, reforçando a limitação da oferta interna.

Enquanto isso, os produtores já iniciam o planejamento para a próxima safra. Dados oficiais indicam uma redução de 2,1% na área plantada no Brasil, mas a expectativa de maior produtividade pode resultar em uma oferta superior em 2025 na comparação com o ano anterior.

Mercado de trigo: cenário regional e preços atualizados

A disponibilidade de trigo no Rio Grande do Sul caiu para 940 mil toneladas, conforme levantamento da TF Agroeconômica. Do total de 3,9 milhões de toneladas estimadas para a safra, 2,96 milhões já foram comercializadas, sendo 1,7 milhão destinadas à exportação, 70 mil para ração, 550 mil adquiridas pelos moinhos, 470 mil enviadas para fora do estado e 170 mil destinadas a sementes. Esse volume representa um comprometimento de 75,9% da safra. Enquanto isso, os moinhos locais avançam lentamente na cobertura de abril, com preços variando entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada, dependendo da localização e qualidade do grão. Para exportação, as cotações chegaram a R$ 1.320,00 no porto para entrega em fevereiro, sem registro de novos negócios.

Em Santa Catarina, a dificuldade de repassar os custos para o preço das farinhas mantém o mercado travado. Os preços do trigo no estado seguem estáveis pela sexta semana consecutiva, com valores inalterados em Canoinhas (R$ 72,00/saca), Chapecó (R$ 69,00), Joaçaba (R$ 74,33), Rio do Sul (R$ 80,00), São Miguel do Oeste (R$ 72,00) e Xanxerê (R$ 73,00). A demanda por farelo caiu, pressionando os preços para R$ 1.100,00 por tonelada ensacada. Algumas cooperativas optam por segurar as vendas, aguardando uma valorização futura do cereal.

No Paraná, a disponibilidade de trigo caiu drasticamente de 200 mil toneladas há um mês para cerca de 40 mil toneladas, o que impulsionou os preços para R$ 1.550,00/t FOB. Compradores oferecem R$ 1.500,00/t, posto no Centro-Sul do estado, para entrega em março e pagamento em abril. O avanço da colheita de milho e soja reduziu a atenção ao trigo, enquanto os custos de frete permanecem elevados. O trigo importado da Argentina, via rodoviária, chega ao Oeste paranaense por R$ 1.590,00/t. O preço médio da saca subiu 0,49% na semana, atingindo R$ 73,24, enquanto o custo de produção caiu para R$ 68,68, elevando o lucro médio do triticultor de 6,10% para 6,64%.

Fonte: portaldoagronegocio

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