Nesta terça-feira, o dólar apresentou oscilações modestas, com investidores em modo de espera ante às próximas decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e no Japão. Esses anúncios podem impactar significativamente a trajetória da Selic e as taxas de juros globais, influenciando diretamente a moeda brasileira.
Às 9h28, o dólar à vista registrava uma leve alta de 0,15%, cotado a R$ 5,6342 para venda. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar para o primeiro vencimento subia 0,18%, alcançando R$ 5,6275 para venda. Na sessão anterior, o dólar à vista encerrou o dia a R$ 5,6256, uma queda de 0,58%.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destacou a importância da semana do ponto de vista da política monetária. “Diante de tanta informação prevista para os próximos dias, o mercado tende a adotar uma postura mais avessa ao risco”, afirmou Spiess.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou sua reunião nesta terça-feira e anunciará sua decisão sobre a Selic na quarta-feira. Espera-se que a taxa básica de juros permaneça em 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva, em resposta às preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação em um ambiente global incerto.
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, economistas revisaram para cima suas projeções para o IPCA, prevendo um índice de 4,10% para o final de 2024 e 3,96% para 2025, ambos acima da meta oficial de 3%.
O Federal Reserve dos EUA também divulgará sua decisão sobre a política monetária na quarta-feira. A expectativa é de que a taxa de juros seja mantida na faixa de 5,25% a 5,50%, com atenção voltada para as futuras diretrizes do banco central americano. As apostas de mercado para um possível corte nos juros em setembro têm aumentado, o que pode levar a uma redução adicional até o fim do ano. A diminuição das taxas de juros dos EUA tende a enfraquecer o dólar, tornando-o menos atraente em comparação com outros investimentos.
Além disso, o Banco do Japão, que se reunirá também na quarta-feira, poderá aumentar sua taxa de juros, o que valorizou o iene na semana passada e exerceu pressão sobre as moedas de mercados emergentes. Os investidores continuam atentos às oscilações nos preços das commodities, observando como a China, o maior importador mundial de matérias-primas, reage à deterioração de suas perspectivas econômicas.
A disputa entre investidores que apostam na alta (comprados) e na baixa (vendidos) pela formação da taxa Ptax de fim de mês também pode influenciar os mercados a partir desta terça-feira. A Ptax, taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, serve de referência para a liquidação de contratos futuros e será definida na quarta-feira.
No desempenho atual dos mercados emergentes, o dólar apresentava variações misturadas: caía em relação ao rand sul-africano, mas subia ante o peso mexicano e o peso chileno. O índice do dólar, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, registrava alta de 0,12%, cotado a 104,700.
Fonte: portaldoagronegocio