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Colheita impulsiona preços do feijão: como a armazenagem estratégica evita queda abrupta

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Gilson Abreu

Queda nos preços com avanço da colheita

Os preços do feijão carioca registraram recuo mais expressivo na última semana, reflexo direto do avanço da colheita em importantes regiões produtoras como Minas Gerais e Goiás. Segundo levantamento do Cepea, há uma maior entrada de lotes com boa qualidade no mercado, o que tem aumentado a oferta e pressionado as cotações.

Apesar disso, parte dos empacotadores mantém cautela nas aquisições, comprando apenas volumes pontuais para reposição de estoques, o que contribui para a retração nos valores, tanto dos grãos comerciais quanto dos lotes de melhor padrão.

Já no Paraná, principal estado produtor de feijão preto, o Deral/Seab informa que, até o dia 30 de junho, 98% da área cultivada na segunda safra já havia sido colhida.

Mercado continua ativo apesar da colheita concentrada

Mesmo com o ritmo acelerado da colheita, o mercado brasileiro de feijão permanece movimentado. A demanda se mantém dentro da normalidade, impulsionada pelos preços atrativos praticados no varejo, o que tem favorecido o escoamento da produção.

Em algumas regiões, como no Vale do Araguaia (GO), foram registradas vendas pontuais a R$ 190,00 por saca. Ainda assim, muitos produtores têm preferido armazenar o produto quando os preços estão abaixo de R$ 220,00 por saca, numa tentativa de evitar quedas mais acentuadas no mercado.

Armazenagem como estratégia para estabilidade dos preços

A decisão dos produtores de estocar parte da safra reflete uma postura mais estratégica, inspirada em modelos internacionais, como o dos Estados Unidos, onde a colheita ocorre em um único período do ano, mas o consumo é mantido de forma equilibrada ao longo dos meses por meio da gestão eficiente dos estoques.

Caso todo o volume colhido fosse ofertado de uma só vez, os preços poderiam despencar para níveis inferiores a R$ 100,00 por saca. Por isso, a prática de armazenagem tem se mostrado fundamental para preservar a rentabilidade do produtor e garantir estabilidade ao mercado.

Perspectivas e ações para o setor

Uma mentalidade coletiva voltada para o planejamento de vendas e o incentivo ao consumo interno é apontada como essencial para o equilíbrio do setor. A articulação de campanhas nacionais de estímulo ao consumo e o fortalecimento das exportações também são estratégias em desenvolvimento para ampliar a demanda e consolidar um mercado mais sustentável para o feijão brasileiro.

Fonte: portaldoagronegocio

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