CENÁRIO AGRO

Brasil corre o risco de perder até R$ 175 bilhões devido à tarifa de Trump, aponta estudo: retaliação ampliaria impacto para R$ 259 bilhões

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Estudo aponta impacto bilionário no PIB com tarifas dos EUA

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (21) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) estima que a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos pode provocar uma perda de até R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ao longo dos próximos 10 anos. Isso representa uma retração de 1,49% na economia nacional no período.

Além disso, a medida teria um forte impacto no mercado de trabalho: cerca de 1,3 milhão de empregos poderiam ser eliminados no país, segundo a entidade.

Possível retaliação ampliaria prejuízo econômico

O estudo também considerou um cenário de retaliação por parte do governo brasileiro. Caso o Brasil opte por impor uma tarifa equivalente de 50% sobre produtos norte-americanos, o prejuízo seria ainda maior. Nesse caso, a economia brasileira poderia encolher R$ 259 bilhões em dez anos — uma retração de 2,21% do PIB.

A retaliação também afetaria significativamente o mercado de trabalho, com até 1,9 milhão de empregos comprometidos. A massa salarial brasileira poderia ser reduzida em R$ 36,2 bilhões, enquanto a arrecadação de impostos sofreria uma queda de R$ 7,21 bilhões.

Fiemg defende solução diplomática

Em nota oficial, a Fiemg afirmou que o governo brasileiro deve “atuar de forma firme, mas diplomática” para evitar a vigência das tarifas, proteger os empregos e manter a competitividade das empresas nacionais. A entidade defende a busca por um acordo que preserve os laços comerciais entre os dois países.

EUA são destino estratégico para exportações brasileiras

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. O mercado norte-americano é considerado estratégico, especialmente para produtos de maior valor agregado, como aviões executivos, eletroeletrônicos, combustíveis, minerais, ferro, aço, máquinas, aeronaves e café.

Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 40,4 bilhões — o que representa 12% do total exportado pelo país no ano. A aplicação de uma tarifa de 50% encareceria significativamente os produtos brasileiros, tornando-os inviáveis para muitas empresas norte-americanas.

Governo mantém diálogo com os EUA e prepara plano emergencial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o governo brasileiro continuará negociando com os Estados Unidos para tentar reverter a decisão do presidente Donald Trump. Em entrevista à rádio CBN, Haddad informou que a equipe econômica já trabalha em um plano de contingência para apoiar os setores que podem ser afetados.

“Vamos continuar lutando para ter a melhor relação possível com o maior mercado consumidor do mundo, mas não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros. Vamos tomar as medidas necessárias”, declarou o ministro.

Haddad também afastou, neste momento, a possibilidade de o Brasil retaliar empresas ou cidadãos norte-americanos, ressaltando que “não podemos pagar na mesma moeda uma coisa que consideramos injusta”.

Lei da Reciprocidade está no radar, mas foco é diplomacia

Apesar de não descartar a aplicação da Lei da Reciprocidade — recentemente aprovada pelo Congresso Nacional —, Haddad afirmou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é manter o Brasil na mesa de negociação.

“Todo país do mundo vai se defender de alguma maneira do que está acontecendo. É uma possibilidade. Mas reitero que o Brasil é um país que se dá bem com todos os países do mundo”, afirmou o ministro.

Fonte: portaldoagronegocio

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