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Agronegócio

Aumento dos ataques de lagartas na soja impulsiona uso de inseticidas e revela resistência das pragas

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Um estudo recente da consultoria Kynetec revelou um aumento alarmante na presença de lagartas nas lavouras de soja, levando a uma expansão significativa no uso de inseticidas. A área potencial tratada (PAT) com esses produtos cresceu 46% nas últimas três safras, alcançando mais de 99 milhões de hectares no ciclo 2023-24, comparada aos 68 milhões de hectares registrados no ciclo 2020-21. Em termos financeiros, o mercado de inseticidas para soja aumentou de US$ 423 milhões para US$ 705 milhões, uma alta de 67% no mesmo período.

A pressão intensa das lagartas está forçando um aumento nas aplicações de inseticidas. O ‘Mapitobapa’, um índice que avalia a área tratada, subiu 116% entre 2020-21 e 2023-24. Nos últimos 12 meses, o gasto com produtos fitossanitários nos cinco principais estados produtores de soja foi de US$ 144 milhões, um aumento de quase US$ 100 milhões em três safras. Em estados como Piauí e Pará, o número de pulverizações dobrou, passando de cerca de 2,5 aplicações por hectare para seis e cinco aplicações por hectare, respectivamente.

Desafios no Manejo e Necessidade de Integração

Pedro Marcellino, diretor de marketing da AgBiTech Brasil, especializada em biolagarticidas à base de baculovírus, aponta que as lagartas se tornaram um problema sistêmico. Elas causam prejuízos significativos na soja, milho e safrinha de milho, e agora afetam também culturas como sorgo, milheto, girassol e feijão. “O manejo dessas pragas com insumos químicos e biotecnológicos tem se mostrado cada vez menos eficiente, tornando o controle mais complexo”, afirma Marcellino.

Daniel Dias Rosa, engenheiro agrônomo e sócio da consultoria Agrotech, reforça que ativos químicos como benzoato, clorpirifós e clorantraniliprole estão perdendo eficácia contra as lagartas da soja. “A integração de manejo é essencial. Recomenda-se o uso de baculovírus especializados para lagartas, já que o desempenho dos químicos tem diminuído. Estudos mostram que essas pragas estão desenvolvendo resistência”, explica Dias Rosa.

A AgBiTech, com origem australo-americana e atuando no Brasil há oito safras, tem registrado um crescimento contínuo nas vendas de baculovírus. A empresa ampliou em 26% suas transações no ciclo 2023-24 e detém uma participação de mercado média de 42%. “Os inseticidas à base de baculovírus potencializam a eficácia dos químicos, aumentando o controle das lagartas de 50% para cerca de 85% em eficácia. Isso melhora significativamente a relação custo-benefício para os produtores”, conclui Marcellino.

Fonte: portaldoagronegocio

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