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Tarifaço de Trump pressiona o agronegócio brasileiro
O anúncio das novas tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, feitas recentemente pelo governo dos Estados Unidos, gerou forte repercussão no setor do agronegócio. Apesar de produtos como o suco de laranja terem ficado de fora da medida, o clima de incerteza preocupa o mercado e evidencia a dependência do Brasil de acordos internacionais e da demanda externa.
Instabilidade econômica exige atenção redobrada do produtor rural
Além das tarifas, produtores rurais seguem enfrentando outros desafios como a variação cambial, o custo elevado de insumos cotados em dólar, mudanças climáticas e o avanço de pragas. Diante desse cenário, especialistas alertam que quem não estiver financeiramente preparado pode enfrentar grandes dificuldades nos próximos meses.
Importância da inteligência financeira no campo
Romário Alves, CEO da Sonhagro — rede especializada em crédito rural —, destaca que o momento atual reforça a importância da gestão financeira no campo.
“O mercado é cíclico e volátil. Quem não tem controle do fluxo de caixa ou acesso a crédito bem estruturado fica mais vulnerável a qualquer mudança no cenário global”, explica o executivo.
Impacto pode chegar a bilhões de dólares
Segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Brasil pode perder até US$ 5,8 bilhões em vendas aos EUA com a nova medida. Romário defende que os produtores devem ir além de acompanhar as notícias: é preciso usar ferramentas modernas de gestão para planejar, analisar dados e antecipar riscos.
“Hoje é possível simular safras, travar custos e organizar a parte financeira com a mesma seriedade que se cuida da produção no campo. Esse é o caminho para proteger o negócio”, afirma.
Gestão estratégica passa a ser questão de sobrevivência
Com cadeias produtivas cada vez mais globalizadas, a profissionalização da gestão rural não é mais uma tendência — é uma necessidade urgente.
“Em um cenário onde decisões tomadas em Washington impactam diretamente a produção brasileira, estar financeiramente estruturado é essencial. Não se trata mais de ter vantagem competitiva, e sim de garantir a sobrevivência do negócio”, conclui Romário Alves.
O tarifaço imposto pelos EUA escancarou a vulnerabilidade do setor agroexportador brasileiro frente às oscilações do mercado internacional. A resposta, segundo especialistas, está na inteligência financeira: planejar, simular, proteger. Para o produtor rural, a gestão eficiente deixou de ser opcional.
Fonte: portaldoagronegocio