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Mercado do açúcar: alta na demanda global e queda nas expectativas de safra robusta

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Alta nas bolsas internacionais impulsionada por maior demanda global

Na última sexta-feira (18), os contratos futuros do açúcar registraram alta nas principais bolsas internacionais, impulsionados por sinais de fortalecimento da demanda global. Um dos destaques foi a China, cujas importações de açúcar saltaram 1.435% em junho, totalizando 420 mil toneladas no mês.

Nos Estados Unidos, a decisão da Coca-Cola de substituir o xarope de milho por açúcar de cana, em resposta a um anúncio do ex-presidente Donald Trump, pode elevar o consumo do produto em 4,4%, segundo análise da Bloomberg Intelligence.

Produção limitada no Brasil pressiona preços

A oferta restrita no Brasil também contribui para a pressão altista nos preços internacionais. De acordo com dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a produção de açúcar no Centro-Sul do país somou 12,249 milhões de toneladas até junho da safra 2025/26, o que representa uma queda de 14,3% em comparação ao mesmo período do ciclo anterior.

Desempenho das bolsas internacionais

Na ICE Futures, em Nova York, os contratos de açúcar bruto fecharam em sua maioria em alta. O contrato com vencimento em outubro de 2025 subiu 8 pontos, negociado a 16,82 centavos de dólar por libra-peso. Já o contrato de julho de 2027 teve leve queda de 1 ponto, cotado a 16,80 centavos. O contrato de março de 2027 permaneceu estável.

Em Londres, na ICE Europe, o açúcar branco também apresentou valorização. O contrato de outubro de 2025 avançou US$ 3,70, encerrando o pregão a US$ 487,70 por tonelada, enquanto o de dezembro subiu US$ 2,90, chegando a US$ 476,40 por tonelada.

Valorização do açúcar cristal no Brasil

Segundo o Indicador Cepea/Esalq (USP), o açúcar cristal também apresentou valorização no mercado interno. A saca de 50 kg foi cotada a R$ 121,22, com alta de 0,92%.

Reversão nos preços: mercado inicia semana em queda

Apesar do avanço recente, o mercado do açúcar voltou a operar em queda nesta segunda-feira (21). A baixa reflete uma combinação de fundamentos, incluindo expectativa de safra abundante e demanda enfraquecida. Na bolsa de Nova York, o contrato de outubro de 2025 recuava 2,14%, sendo negociado a 16,46 centavos de dólar por libra-peso. O contrato de março de 2026 caía 1,78%, para 17,12 centavos.

Em Londres, o contrato para outubro de 2025 registrava baixa de 1,66%, cotado a US$ 479,60 por tonelada.

Desafios no mercado interno brasileiro

No Brasil, a demanda doméstica segue fraca, pressionando os preços mesmo diante de perdas produtivas recentes causadas por geadas e pelos efeitos do ciclo anterior, marcado por estiagem e queimadas em diversas regiões produtoras.

Especialistas apontam uma crescente pressão sobre a gestão do setor sucroenergético, o que pode comprometer a sustentabilidade da cadeia produtiva. Um reflexo dessa situação foi o anúncio do fechamento de uma tradicional usina no interior de São Paulo. Há temores de que outras unidades enfrentem dificuldades semelhantes, o que exigiria uma reestruturação logística do setor.

Redução nos embarques e exportações brasileiras

No mercado externo, os embarques também apresentaram retração. Segundo a agência marítima Williams Brasil, 75 navios aguardavam para carregar açúcar nos portos na semana encerrada em 19 de julho, número inferior aos 91 registrados na semana anterior. O volume agendado para exportação caiu de 3,676 milhões para 3,094 milhões de toneladas.

Conforme dados parciais da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita média diária com as exportações brasileiras de açúcar e melaços em julho é de US$ 63,253 milhões, com média diária de 152,214 mil toneladas embarcadas até o momento.

Fonte: portaldoagronegocio

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