Queda no Lucro Líquido e nas Vendas
No primeiro trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de março, a Bunge registrou um lucro líquido de US$ 201 milhões, o que representa uma queda de 17,6% em relação aos US$ 244 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Esse declínio é reflexo de uma redução nas vendas, que totalizaram US$ 11,64 bilhões, marcando uma diminuição de 13,6% comparado aos US$ 13,42 bilhões do primeiro trimestre de 2024.
Lucro Antes de Impostos e Taxas (Ebit)
O lucro antes de impostos e taxas (Ebit) da Bunge também apresentou queda. No período, o Ebit foi de US$ 328 milhões, abaixo dos US$ 433 milhões registrados no mesmo trimestre de 2024, refletindo a pressão sobre a rentabilidade da empresa.
Comentários do Presidente-Executivo
Greg Heckman, presidente-executivo da Bunge, destacou que a companhia se beneficiou no trimestre das mudanças no cronograma de tarifas, que estiveram relacionadas à demanda e à atividade dos agricultores. Apesar dos resultados abaixo das expectativas, Heckman afirmou estar confiante na capacidade da Bunge de continuar operando em meio ao atual ambiente de mercado.
Além disso, o executivo mencionou a venda de ativos não estratégicos, como os negócios de margarina na Europa e de moagem de milho nos EUA, como parte da estratégia da empresa de alinhar seus ativos com as cadeias de valor globais mais rentáveis. A Bunge também está aguardando a aprovação regulatória final para sua fusão com a Viterra, movimento que a companhia espera concluir rapidamente.
Desempenho por Setor
Agronegócio
O setor de agronegócio, que representa mais de 80% da receita total da Bunge, registrou um Ebit ajustado de US$ 270 milhões, uma redução de 3% em relação ao ano anterior.
Processamento
A divisão de processamento teve um desempenho abaixo do esperado, com um Ebit ajustado de US$ 207 milhões, uma queda significativa em relação aos US$ 411 milhões registrados no mesmo período de 2024.
Comercialização
O setor de comercialização apresentou um Ebit de US$ 61 milhões, uma queda em comparação aos US$ 76 milhões do primeiro trimestre de 2024.
Óleos Refinados e Especiais
A divisão de óleos refinados e especiais também enfrentou dificuldades, com um Ebit ajustado de US$ 116 milhões, marcando uma diminuição considerável em relação aos US$ 226 milhões registrados no ano anterior.
Açúcar e Bioenergia
No segmento de açúcar e bioenergia, a Bunge observou uma queda no Ebit ajustado para US$ 15 milhões, comparado aos US$ 28 milhões no primeiro trimestre de 2024.
Projeção de Lucro para 2025
A empresa manteve sua projeção de lucro por ação ajustado para o ano de 2025 em US$ 7,75, o que representa uma redução em relação aos US$ 9,19 registrados em 2024. Esse ajuste nas previsões reflete as dificuldades enfrentadas pela companhia no início do ano, mas ainda assim, a Bunge mantém uma visão positiva a longo prazo.
Comparação com a ADM
Em comparação, a ADM, principal concorrente da Bunge no setor de agronegócio, também apresentou resultados negativos, com um lucro trimestral de US$ 295 milhões, refletindo uma queda de 59,5% em relação ao ano anterior.
O primeiro trimestre fiscal de 2025 da Bunge foi marcado por desafios financeiros, com a queda tanto no lucro líquido quanto nas vendas. No entanto, a empresa segue confiante em sua capacidade de se adaptar ao mercado e está implementando estratégias para fortalecer seus negócios, incluindo a venda de ativos não essenciais e a fusão com a Viterra. A Bunge manterá sua projeção de lucro ajustado, embora com uma expectativa de desempenho mais modesto para este ano.
Fonte: portaldoagronegocio