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Agronegócio

Novo Indicador de Preço Promove Transparência na Comercialização de Feijão

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A cadeia produtiva do feijão, composta por produtores de Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Bahia, passa a contar com um novo indicador diário de preços, que traz mais clareza sobre os valores praticados nos mercados desses Estados. Coordenada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a iniciativa recebe apoio do Sistema FAEP, com o objetivo de fornecer mais transparência e facilitar a tomada de decisões no setor. Os preços são atualizados e divulgados diariamente no site do Cepea.

O indicador abrange a saca de 60 quilos dos feijões preto e carioca, considerando as características de produção de cada Estado. No Paraná, o foco é o feijão preto, cuja produção responde por 70% da oferta nacional. Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP, destaca que a regionalização das informações possibilita aos produtores um melhor planejamento da safra e das estratégias de comercialização, incluindo decisões sobre venda, exportação e armazenagem, com maior segurança.

“Com as informações regionais, o produtor tem mais clareza sobre os preços praticados em sua região, o que facilita a tomada de decisões com mais confiança e assertividade”, explica Meneguette.

Metodologia e Impacto para os Produtores

Para desenvolver a metodologia do indicador, o Paraná foi dividido em quatro microrregiões homogêneas. O Cepea, com apoio do Sistema FAEP, realizou um ciclo de reuniões presenciais nos sindicatos rurais de diversas localidades, como Castro, Clevelândia, Guarapuava e Ponta Grossa, para levantar informações sobre as condições de comercialização e os preços negociados nas diferentes regiões.

Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP, destaca que o Paraná teve uma contribuição significativa na caracterização do sistema de comercialização regional, sendo responsável por quase dois terços da amostra nacional de produtores. “A mobilização dos sindicatos rurais foi essencial para o sucesso dessa etapa, fundamental para embasar a metodologia do indicador”, comenta Kowalski.

Lucilio Alves, pesquisador do Cepea e responsável pelo indicador, explica que os valores regionais são obtidos por meio da coleta diária de preços reais de transações ou ofertas de compra e venda. As informações são tratadas estatisticamente para gerar a média de preços à vista, desconsiderando a incidência de ICMS. “Essa divulgação proporciona um ambiente mais transparente, permitindo que todos compartilhem os parâmetros de negociação”, afirma Alves.

Benefícios para o Setor e o Futuro da Cadeia Produtiva

A criação do indicador é uma resposta a uma demanda histórica do setor, que carecia de uma referência técnica para embasar negociações mais equilibradas. Para Tiago Galina, vice-presidente do Sindicato Rural de Clevelândia, o novo índice representa um avanço importante. “O produtor agora terá um respaldo para se planejar a longo prazo, com mais segurança. Além disso, a crescente valorização do feijão preto no mercado externo traz novas oportunidades”, destaca Galina.

Edimilson Rickli, presidente do Sindicato Rural de Prudentópolis, também enxerga o indicador como uma ferramenta crucial para melhorar a comercialização. “Antes, a falta de informações claras dificultava as negociações. Agora, o produtor poderá avaliar se a oferta do comprador está em conformidade com a média de mercado”, avalia Rickli.

O indicador também pode embasar a formulação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da cadeia produtiva. Para Galina, a criação do indicador é apenas o primeiro passo para estimular pesquisas e o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas às necessidades do mercado.

Alves enfatiza que a participação dos produtores na coleta de dados é essencial para o sucesso da iniciativa. “Todos os agentes, sejam grandes compradores ou pequenos produtores, são convidados a contribuir. Isso ajuda a reduzir a assimetria de informações e torna os dados acessíveis, permitindo que todos ajustem suas estratégias conforme as condições do mercado”, conclui.

Fonte: portaldoagronegocio

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