A produção de pecans na propriedade do produtor Emerson Lava, localizada em Colorado (RS), deve registrar um aumento de 90% nesta safra. O resultado é atribuído não apenas ao amadurecimento natural do pomar, mas também a um conjunto de boas práticas adotadas nos últimos anos. Associado ao Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Lava investiu em medidas de prevenção contra extremos hídricos, podas estratégicas e aprimoramento da fertilização do solo, garantindo um ambiente favorável ao desenvolvimento das nogueiras.
A propriedade, cuja agroindústria teve início em 2017, adota um manejo de irrigação simplificado, adequado à extensão de quatro hectares cultivados. “Optamos pelo sistema de gotejamento, com uma vazão de dois litros de água por hora em cada planta. O ideal seria um sistema mais amplo, com cintas de irrigação ao longo das fileiras, mas conseguimos bons resultados com a estrutura atual”, explica Lava. A técnica contribui para manter a umidade do solo em níveis adequados, favorecendo o enchimento dos frutos.
A diversificação da produção também tem sido um fator positivo para o pomar. A integração com culturas de milho, soja e trigo permite a formação de uma cobertura vegetal no solo, ajudando na retenção de umidade e na nutrição das árvores. “A palhada gerada pelas demais lavouras tem um papel fundamental no desenvolvimento das nogueiras”, destaca o produtor.
Outro ponto essencial no manejo do pomar foi a poda, realizada no inverno de 2023. Lava explica que a estratégia adotada visa otimizar a exposição solar das plantas. “No meio do dia, o ideal é que haja um equilíbrio entre sol e sombra, garantindo um melhor desenvolvimento dos ramos produtivos”, pontua.
Além dessas técnicas, o produtor apostou em um reforço na adubação, introduzindo esterco de suínos na composição nutricional do solo. “Antes, utilizávamos apenas fertilizantes convencionais, como ureia, superfosfato triplo e NPK. Conversando com outros produtores, resolvemos testar a aplicação de esterco suíno nas fileiras do pomar. Os resultados foram notáveis: folhas mais vigorosas e uma brotação mais expressiva, mesmo depois de um ano e dois meses da aplicação”, relata.
Apesar dos desafios climáticos, como as chuvas intensas de maio de 2024 e o período de baixa incidência solar, o manejo eficiente e os investimentos na estrutura do pomar demonstram que a adoção de boas práticas agrícolas pode fazer a diferença na produtividade das nogueiras. O caso de Lava reforça a importância do planejamento e da inovação para o sucesso na pecanicultura.
Fonte: portaldoagronegocio