Na região de Araçatuba, no noroeste de São Paulo, a produção de goiaba tem enfrentado dificuldades devido a fatores climáticos adversos, mas os preços do produto apresentaram melhora nos últimos meses. A variedade mais expressiva da região, a goiaba tailandesa, segue em destaque, embora a produtividade não tenha sido favorável.
Em lavínia (SP), a colheita de goiaba do produtor Eduardo Matsunaka foi antecipada em dois meses, em razão das altas temperaturas e da seca prolongada, que aceleraram o desenvolvimento das frutas. O ciclo da goiaba, normalmente de seis a sete meses, foi reduzido para cinco meses, o que impediu que as frutas atingissem o tamanho ideal para o mercado. “A produção caiu, a planta ficou mais precoce. Não deu tempo da fruta crescer e alcançar o padrão ideal”, explica Eduardo.
Para amenizar os efeitos da seca, Eduardo utiliza um sistema de irrigação que cobre metade de seu pomar, garantindo a manutenção da produtividade. O engenheiro agrônomo Gilberto Massami destaca a importância da irrigação: “Ela disponibiliza os nutrientes necessários e auxilia no crescimento das frutas, permitindo que atinjam o tamanho adequado para comercialização.”
Outro produtor da região, Júlio Shimasaki, enfrentou além do clima severo, um ataque de pragas que quase o fez desistir da produção. No entanto, ele optou por reformular o manejo de sua lavoura, adotando adubo orgânico e uma versão híbrida de goiaba desenvolvida pela Embrapa. Esta variedade, mais resistente a pragas, trouxe bons resultados. “Com o preço atual, consegui dobrar minha produção, passando de 100 mil frutos colhidos em seis meses para 200 mil em três meses”, comemora Júlio.
A combinação de estratégias de manejo aprimoradas e o aumento dos preços tem trazido uma perspectiva mais otimista para os produtores de goiaba na região, apesar das dificuldades enfrentadas.
Fonte: portaldoagronegocio
