Sophia @princesinhamt
Agronegócio

Impacto da Previsão de Chuvas no Brasil nos Preços do Café: O Que Esperar?

2024 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Os preços do café sofreram uma acentuada queda na semana passada no mercado internacional. O café arábica, negociado na Bolsa de Nova York, e o robusta, na Bolsa de Londres, recuaram significativamente, influenciados pelas previsões de chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil, o que alivia as preocupações em relação à safra de 2025. Este período é crítico, pois a precipitação é necessária para a abertura e a fixação das floradas que resultarão na próxima colheita. Contudo, as incertezas sobre a produtividade permanecem, uma vez que o ano foi marcado por seca extrema e temperaturas acima da média.

De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o do café em Nova York caiu substancialmente, flertando com a linha de 250 centavos de dólar por libra-peso, após ter alcançado o nível mais alto em 13 anos. “A queda se deve à previsão de retorno das chuvas no Brasil. Durante o auge da alta, refletindo os temores produtivos relacionados à escassez de chuvas, a posição para dezembro de 2024 chegou a ser negociada a 275 centavos de dólar. Com a chegada de outubro e as chuvas previstas, houve uma antecipação na redução de parte da proteção climática”, explica. Barabach ressalta que tanto o pico de alta quanto a rápida e acentuada queda são consequências das volatilidades típicas do mercado climático.

Ele observa que, embora a chuva ainda não tenha retornado efetivamente ao Brasil, a previsão de sua chegada não garante uma mudança no padrão climático que assegure uma boa colheita. “Neste sentido, o movimento atual é meramente corretivo e não indica, por ora, uma mudança de tendência. Os modelos climáticos sinalizam uma quebra no padrão de seca, com um aumento da umidade no Brasil ao longo deste mês de outubro, com um quadro mais úmido se intensificando em novembro e dezembro”, avalia.

Barabach também alerta que a crescente tensão geopolítica, especialmente a escalada do no Oriente Médio, pode trazer mais volatilidade ao mercado, mas o direcionamento de longo prazo permanecerá focado na produção de café do próximo ano. “O mercado está à espera dos primeiros sinais visuais da próxima safra de arábica brasileira e, na virada do ano, deverá monitorar as floradas no Vietnã. Assim, é evidente o deslocamento do foco do mercado em direção à safra de café de 2025”, indica.

As incertezas em relação às sequelas do longo período de seca, especialmente em função das altas temperaturas no Brasil, começam a ser mais bem avaliadas com o retorno das chuvas, conforme observa Barabach. “No caso do robusta/conilon, as floradas ocorreram mais cedo, e a regularidade das chuvas será crucial para o desenvolvimento dos frutos. Para o arábica, é essencial que as chuvas induzam as floradas e que, subsequentemente, o clima favorável minimize o abortamento e assegure o bom desenvolvimento dos frutos”, comenta.

Barabach também prevê que a confirmação das chuvas no Brasil na próxima semana deve resultar em um novo movimento de queda nos preços do café nas . “Uma florada robusta também reforçaria essa tendência. Por outro lado, a retomada do movimento de alta nos preços dependerá de chuvas insuficientes ou floradas fracas. Portanto, o clima no Brasil continuará a ditar a dinâmica do mercado”, conclui.

No balanço da semana, entre os fechamentos das quintas-feiras (26 de setembro e 3 de outubro), o contrato de dezembro em Nova York acumulou uma baixa de 8%, caindo de 273,90 centavos para 252,05 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, o mercado registrou uma desvalorização de 11% para o robusta no contrato de novembro.

O mercado físico interno brasileiro acompanhou o movimento negativo das bolsas, resultando em um afastamento dos vendedores nas negociações. Com a oferta restrita e um dólar um pouco mais forte durante a semana, os preços do café no Brasil caíram menos do que nas bolsas.

Nos últimos sete dias, o preço do café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu de R$ 1.510,00 para R$ 1.420,00 por saca, uma redução de 6,0%. Já o conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, registrou uma queda de 8,1%, passando de R$ 1.535,00 para R$ 1.410,00 por saca na base de compra.

Fonte: portaldoagronegocio

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.