Os contratos futuros de açúcar iniciaram a semana com expressiva alta na ICE Futures de Nova York. Segundo especialistas consultados pela Reuters, uma série de incêndios que devastou milhares de hectares de canaviais no estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, além de outros estados da região Centro-Sul, levou muitos comerciantes a cobrir parte de suas posições vendidas, pressionando os preços para cima.
De acordo com estimativas divulgadas ontem pela Reuters, com base em dados da Orplana (Organização de associações de Produtores de Cana do Brasil), os prejuízos superam 350 milhões de reais apenas em São Paulo, com os incêndios afetando mais de 1% das lavouras paulistas.
“O mercado estava tecnicamente sobrevendido, e os incêndios despertaram o interesse de compra por parte dos fundos de hedge”, comentou um corretor dos EUA.
Outro fator que contribuiu para a pressão sobre o mercado foi a expectativa pela divulgação dos dados da colheita referente à primeira quinzena de agosto, prevista para esta semana. “Uma pesquisa da S&P Global Commodities Insights indica que a produção de açúcar no período foi de 3,28 milhões de toneladas métricas, uma queda de 5% em comparação com o ano anterior”, destacou a Agência Internacional de Notícias.
Na sessão de ontem na ICE de Nova York, o contrato com vencimento em outubro de 2024 subiu 65 pontos, sendo negociado a 19,04 centavos de dólar por libra-peso. O contrato para março de 2025 também registrou valorização de 65 pontos, alcançando 19,37 centavos de dólar por libra-peso. Os demais contratos tiveram alta entre 22 e 60 pontos.
Em Londres, não houve sessão na ICE Futures Europe devido ao feriado bancário de Summer Bank Holiday.
Mercado Doméstico
No mercado doméstico, a segunda-feira também foi marcada por forte alta nas cotações do açúcar cristal, conforme medido pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. As usinas negociaram a saca de 50 quilos a R$ 131,72, um aumento de 1,55% em relação aos R$ 129,71 registrados na sexta-feira.
Etanol Hidratado
O etanol hidratado também registrou alta nas cotações, segundo o Indicador Diário Paulínia. O biocombustível foi comercializado ontem a R$ 2.640,50 por metro cúbico, frente aos R$ 2.622,00 praticados na sexta-feira, representando uma valorização de 0,71%.
Fonte: portaldoagronegocio