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Agronegócio

Safra cheia nos EUA e estoques elevados pressionam preços da soja no mercado internacional

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O mercado internacional de soja viveu uma semana turbulenta após a divulgação do relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na última segunda-feira. O documento trouxe projeções de safra e estoques maiores do que o esperado, o que resultou em uma queda acentuada nas cotações na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

No Brasil, o impacto foi imediato. Os preços da soja recuaram, os vendedores adotaram uma postura mais cautelosa, e o ritmo das negociações desacelerou consideravelmente. O cenário foi agravado pela readequação cambial, com o dólar caindo para níveis abaixo de R$ 5,50.

De acordo com o relatório, a safra norte-americana de soja para o ciclo 2024/25 deve alcançar 4,589 bilhões de bushels, o equivalente a 124,9 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 53,2 bushels por acre. Esses números superaram as expectativas do mercado, que previa uma safra de 4,469 bilhões de bushels, ou 121,6 milhões de toneladas, com produtividade de 52 bushels por acre.

Além disso, a área destinada à colheita foi revisada para cima, passando de 85,3 milhões para 86,3 milhões de acres. Os estoques finais de soja nos EUA foram projetados em 560 milhões de bushels (15,24 milhões de toneladas), bem acima da estimativa anterior de 472 milhões de bushels (12,85 milhões de toneladas).

No cenário global, o USDA prevê uma safra mundial de soja de 428,73 milhões de toneladas para 2024/25, superior à estimativa de 421,85 milhões de julho. Os estoques finais globais para o mesmo período estão projetados em 134,3 milhões de toneladas, superando a previsão do mercado de 127,6 milhões de toneladas.

Quanto ao Brasil, o USDA manteve suas previsões de produção em 153 milhões de toneladas para 2023/24 e 169 milhões para 2024/25. Para a Argentina, a previsão de safra 2023/24 foi ligeiramente ajustada para baixo, de 49,5 milhões para 49 milhões de toneladas, enquanto a estimativa para 2024/25 permaneceu em 51 milhões de toneladas.

As importações chinesas também foram revisadas, com a previsão de 2023/24 passando de 108 milhões para 111,5 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, a estimativa se manteve em 109 milhões de toneladas.

O relatório do USDA, ao consolidar uma perspectiva de safra cheia nos Estados Unidos e estoques robustos, reforçou os fundamentos baixistas que já vinham pressionando as cotações da soja, trazendo novos desafios para os produtores e operadores do mercado global.

Fonte: portaldoagronegocio

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