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Whey de feijão: a proteína brasileira que promove ganho muscular e sustentabilidade ambiental

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O feijão é um item comum no prato dos brasileiros, quase tão comum como encontrar suplementos proteicos nas coqueteleiras de praticantes de musculação e outras atividades físicas. De acordo com dados da Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres), as vendas de suplementos desse tipo aumentaram 75% nos últimos cinco anos. A novidade é que agora a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) uniu os dois “queridinhos” e criou um concentrado proteico de feijão carioca.

Segundo Janice Ribeiro Lima, engenheira de alimentos e pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, responsável pelo desenvolvimento do produto, a ideia não é que o concentrado substitua ou concorra com o já famoso whey protein —que é feito do soro do leite—, mas poderá ser uma opção entre outras proteínas vegetais usadas em suplementos proteicos e na indústria alimentícia de forma geral.

“O principal objetivo da pesquisa foi obter um ingrediente proteico de alta qualidade, com matéria-prima nacional. A proteína de feijão pode substituir, por exemplo, a proteína de ervilha que é majoritariamente importada e muito usada atualmente, ou a proteína de soja. Existe também a possibilidade de uso de misturas dessas proteínas na elaboração de produtos”, diz Lima.

Quem faria uso?

Ainda em escala piloto, o concentrado proteico está sendo negociado com algumas empresas interessadas no escalonamento industrial do produto.

Quando o assunto são proteínas de origem vegetal, elas podem ser usadas tanto para aumentar o teor proteínas de alimentos à base de vegetais —hambúrgueres e bebidas vegetais, por exemplo— como em suplementos alimentares, muito usados por quem treina.

“O concentrado proteico de feijão será similar a outros que já encontramos no mercado, como a proteína da ervilha. Pode-se consumir esse tipo de produto no lanche, no pós-treino, comer com frutas ou entre as refeições”, diz a nutricionista esportiva e funcional Thaís Barca, da Clínica CliNutri. “Quando consumimos suplemento de proteína, geralmente se faz por dois motivos: a pessoa não consegue comer a quantidade de comida suficiente para obter as proteínas necessárias ou por uma questão de praticidade”, continua.

Alessandra Luglio, nutricionista especialista em alimentação vegetariana e diretora do departamento de saúde e nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, aponta que as proteínas vegetais trazem vantagens, sobretudo para pessoas com intolerância à lactose e são boas alternativas sem ficar “devendo nada” às proteínas feitas com o soro do leite.

Força à indústria plant-based e brasileira

Para Alysson Soares, especialista em políticas públicas do GFI Brasil, organização sem fins lucrativos que trabalha internacionalmente para acelerar a inovação do setor de proteínas alternativas, o concentrado proteico de feijão poderá baratear custos, sobretudo na indústria plant-based.

Esse concentrado pode substituir ou complementar a ervilha e a soja, principais grãos utilizados como fonte proteica hoje pela indústria plant-based no mundo todo. Enquanto a ervilha é uma cultura de clima frio, cultivada majoritariamente no hemisfério norte, o feijão, além de amplamente difundido em todas as regiões do Brasil, também é plantado em praticamente todo o mundo. Alysson Soares, especialista em políticas públicas do GFI Brasil

Além disso, Soares acredita que o produto possa contribuir para fomentar uma agricultura mais sustentável com o plantio do grão.

Alcido Wander, pesquisador da área de socioeconomia da Embrapa Arroz e Feijão, lembra que se o novo uso crescer de fato, pode ser uma nova oportunidade para o feijão carioca em diferentes mercados, pois o processamento do grão reduz a importância de sua aparência e formato, facilitando assim a venda de todos os tipos de safra.

Fonte: uol

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Carlos Miranda

Business consultant | Gastronomo | Chef Executivo | Pitmasters | Chef proprietário OSSOBUCO Outdoor Cooking