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CENÁRIO AGRO

Vendas semanais de soja dos EUA têm queda significativa, com China continuando a comprar no Brasil

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou, nesta quinta-feira (12), seu relatório semanal de vendas para exportação. Os números mostram desempenho abaixo do esperado nas vendas de soja e milho, especialmente para a safra 2024/25. O resultado reflete a ausência da China nas compras e o avanço das exportações do Brasil no mercado global.

Soja: vendas da safra 2024/25 têm pior resultado do ano comercial

Na semana encerrada em 5 de junho, as vendas de soja da safra 2024/25 totalizaram apenas 61,4 mil toneladas, volume 68% menor do que na semana anterior e 74% abaixo da média das últimas quatro semanas. O número ficou bem abaixo das estimativas do mercado, que variavam entre 100 mil e 500 mil toneladas.

A Indonésia foi o principal destino da soja norte-americana no período, enquanto a China não apareceu entre os principais compradores, evidenciando o impacto da atual tensão comercial entre os dois países.

“A China continua comprando soja da América do Sul, especialmente do Brasil, tanto pelo esfriamento das relações comerciais com os EUA quanto pela menor competitividade dos preços da soja americana para o segundo semestre”, explicam os analistas da Agrinvest Commodities.

Safra 2025/26 tem desempenho dentro do esperado

Para a safra 2025/26, os EUA venderam 58,1 mil toneladas de soja, dentro do intervalo estimado de 0 a 200 mil toneladas. Taiwan foi o maior comprador do período.

Segundo a Agrinvest, o volume total já comprometido da nova temporada é de 1,11 milhão de toneladas, praticamente o mesmo ritmo do ano passado, que estava em 1,12 milhão no mesmo período.

Milho: vendas da safra velha seguem dentro da média

As vendas de milho da safra 2024/25 somaram 791,3 mil toneladas, número dentro das expectativas do mercado, que variavam de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas. Apesar disso, o volume é 16% inferior ao da semana anterior e 33% abaixo da média das últimas quatro semanas. O Japão manteve-se como o maior comprador do cereal norte-americano.

“Até o momento, as vendas da temporada 2024/25 somam 65,92 milhões de toneladas, o que representa 97% da projeção do USDA para o ciclo, estimada em 67,95 milhões”, destaca a Agrinvest.

Já para a safra 2025/26, as vendas foram praticamente nulas: apenas 46 mil toneladas, com um cancelamento adicional de 29,6 mil toneladas, gerando um saldo negativo na semana. O mercado já previa esse comportamento, com projeções entre 0 e 200 mil toneladas.

A consultoria ressalta que o Brasil, com o avanço da safrinha, tem pressionado o mercado com ofertas mais agressivas, o que deve limitar o crescimento das exportações dos EUA na nova temporada.

Farelo de soja: vendas seguem dentro do esperado

Os EUA comercializaram 214,5 mil toneladas de farelo de soja da safra 2024/25, com o Vietnã liderando as compras. O mercado esperava vendas entre 150 mil e 400 mil toneladas.

Para a safra 2025/26, foram registradas 46,5 mil toneladas em vendas, dentro do intervalo esperado de 0 a 50 mil toneladas. O maior volume foi destinado a destinos não revelados.

Óleo de soja: vendas tímidas e cancelamentos

As vendas de óleo de soja da safra 2024/25 foram de 5,6 mil toneladas, número abaixo da faixa máxima estimada, que era de 22 mil toneladas. O México foi o principal comprador.

Para a safra 2025/26, o USDA informou um cancelamento de 1,5 mil toneladas, enquanto o mercado previa entre 0 e 10 mil toneladas.

Conclusão: cenário desafiador para os EUA nas exportações agrícolas

Os dados divulgados pelo USDA reforçam o cenário desafiador para as exportações agrícolas dos Estados Unidos, com a competição acirrada com o Brasil e a ausência da China como compradora relevante. O fraco desempenho nas vendas da soja e do milho indica que o mercado norte-americano segue enfrentando dificuldades para manter sua posição no comércio global, especialmente diante da nova safra sul-americana.

Fonte: portaldoagronegocio

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