O relatório Agro Mensal de julho de 2024, publicado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, traz uma análise detalhada dos recentes acontecimentos no setor de milho. Após três meses consecutivos de valorização, os preços do milho registraram queda tanto no mercado externo quanto no interno. Na CBOT, houve uma desvalorização de 3,7%, com a cotação caindo para USD 4,38/bu. No Brasil, o milho em Campinas foi cotado a R$ 58/saca, marcando uma redução de 1,7% em relação a maio.
Apesar da queda nos preços, a segunda safra brasileira deve apresentar bons resultados, mesmo enfrentando problemas climáticos em algumas regiões. A condição das lavouras americanas, embora tenha diminuído nas últimas semanas, permanece melhor do que no mesmo período do ano passado, favorecida pela conclusão do plantio dentro da janela ideal e condições climáticas favoráveis.
O avanço da colheita da segunda safra no Brasil, particularmente em estados como Paraná e Mato Grosso, contribuiu para o aumento da oferta e pressionou os preços internos. No entanto, a valorização do dólar ajudou a evitar uma queda mais acentuada. A consultoria do Itaú BBA projeta uma produção de 96 milhões de toneladas de milho na segunda safra de 2023/24, totalizando uma produção nacional de 122 milhões de toneladas, apesar das adversidades climáticas e incidência de pragas.
O relatório do USDA indicou que 67% das lavouras de milho nos EUA estão em condições boas a excelentes, uma leve redução em relação à semana anterior, mas superior aos 51% do ano passado. A produtividade média estimada é de 11,4 t/ha, um aumento de 2,1% em relação à safra anterior.
A área plantada de milho nos EUA também superou as expectativas, com 37 milhões de hectares projetados, o que pode resultar em um aumento significativo na produção americana para a safra 2024/25. Os estoques americanos de milho no segundo trimestre de 2024 chegaram a 126,8 milhões de toneladas, acima das expectativas do mercado e dos 104,2 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado.
Com base nos dados do último relatório trimestral e do WASDE de junho, a produção americana de milho pode alcançar 383,4 milhões de toneladas, pressionando ainda mais os preços em Chicago, especialmente se as condições climáticas durante a polinização em julho e agosto forem desfavoráveis.
As exportações de milho dos EUA continuam em bom ritmo, impulsionadas pelos preços competitivos e pela forte demanda do México, que enfrenta uma menor produção na safra 2023/24. A expectativa é de uma recuperação na produção mexicana em 2024/25, mas ainda abaixo dos níveis anteriores, o que deve manter a demanda por milho americano em alta.
Fonte: portaldoagronegocio