O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 28, durante reuniĂŁo com o primeiro-ministro britĂąnico, Keir Starmer, que pretende estabelecer uma tarifa padrĂŁo entre 15% e 20% sobre importaçÔes oriundas de paĂses que nĂŁo firmarem acordos comerciais bilaterais com os EUA atĂ© 1Âș de agosto.
A declaração foi feita em Turnberry, na EscĂłcia, durante entrevista coletiva conjunta. âVamos estabelecer uma tarifa para essencialmente o restante do mundoâ, afirmou Trump, ao explicar os planos para a nova polĂtica comercial.
Perguntado sobre os percentuais exatos, ele respondeu: âDiria que ficarĂĄ em torno de 15% a 20%, sĂł quero ser gentilâ, afirmou. âDiria que na faixa de 15% a 20%, provavelmente um desses dois nĂșmeros.â
O presidente norte-americano justificou a medida pelo volume de negociaçÔes em curso. âNĂŁo dĂĄ para sentar e fazer 200 acordos, mas jĂĄ fizemos os grandesâ, afirmou. âAcabamos de concluir com IndonĂ©sia, JapĂŁo, Filipinas. Eles abriram seus mercados.â Trump mencionou ainda negociaçÔes em andamento com a China: âEstamos lidando com a China agora, enquanto falamosâ.
A tarifa mencionada por Trump representa um aumento em relação Ă base de 10% anunciada anteriormente, em abril. âTalvez 15 ou 20, um desses dois nĂșmerosâ, reiterou. A polĂtica valerĂĄ, segundo ele, para âo restante do mundoâ, sem especificar exceçÔes.
Trump anuncia acordos e deixa Brasil de fora
Até o momento, sete acordos foram confirmados: com União Europeia, Japão, Indonésia, Vietnã, Filipinas, Reino Unido e China. No entanto, a situação do Brasil não foi mencionada diretamente e permanece indefinida.
Na mesma ocasiĂŁo, Trump destacou o acordo recente com a UniĂŁo Europeia, que reduziu de 30% para 15% a tarifa sobre automĂłveis europeus, e de 10% para 2,5% a tarifa europeia sobre carros norte-americanos. No entanto, as taxas sobre aço e alumĂnio foram mantidas em 50%.
Em declaração anterior, Trump atribuiu a tarifação sobre exportaçÔes brasileiras a uma sĂ©rie de fatores, desde atĂ© questĂ”es polĂticas. Em carta enviada ao presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, o lĂder norte-americano condenou expressamente as investigaçÔes realizadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A indefinição sobre o Brasil ocorre em um momento sensĂvel para a economia nacional. O governo brasileiro afirma ter enviado aos EUA, mas ainda nĂŁo obteve resposta oficial. Em Nova York, o ministro das RelaçÔes Exteriores, Mauro Vieira, busca retomar o diĂĄlogo com autoridades norte-americanas.
Durante a entrevista, Trump reforçou sua visĂŁo de que âĂ© muito difĂcil fazer acordos com todos os paĂsesâ, e que, por isso, a tarifa-base funcionarĂĄ como um padrĂŁo para naçÔes fora dos tratados jĂĄ firmados. âĂ o que vĂŁo pagar se quiserem fazer negĂłcios nos EUA.â
Fonte: revistaoeste