Foto:
Daniele Otto
Produção sustentável substitui extrativismo e gera impacto econômico no litoral paranaense
A adoção de tecnologias no cultivo da pupunheira para produção de palmito no litoral do Paraná resultou em um impacto econômico de R$ 20,9 milhões em 2024, segundo levantamento da Embrapa Florestas em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR). A cultura, antes baseada na exploração extrativista do palmito juçara, hoje é praticada de forma sustentável por cerca de 1.200 agricultores familiares, em 3.200 hectares distribuídos por sete municípios da região.
O sistema produtivo sustentável foi introduzido a partir do ano 2000, com o apoio de instituições como a Embrapa e o IDR-Paraná, e se tornou uma alternativa econômica e ambiental de destaque.
Expansão da produção e crescimento do valor bruto
Desde 2001, o Valor Bruto da Produção (VBP) da pupunha cresceu exponencialmente no estado. Naquele ano, a cultura movimentava R$ 480 mil; em 2024, esse valor chegou a R$ 65 milhões diretamente no campo e ultrapassou R$ 190 milhões quando se considera o valor agregado pela agroindústria.
O número de plantas também disparou: passou de menos de 100 mil em 2000 para 16 milhões em 2024. A produtividade média é de 4.000 hastes por hectare, com o preço médio da haste girando em torno de R$ 3,70.
Geração de renda, empregos e valorização da agricultura familiar
Além de contribuir para a renda das famílias, o cultivo de pupunha impacta diretamente na manutenção de cerca de 1.600 empregos diretos e na permanência de agricultores no campo. A cadeia produtiva também estimula postos de trabalho indiretos, especialmente nos setores de transporte e agroindústria.
Atualmente, 13 agroindústrias atuam no processamento de palmito de pupunha no litoral do Paraná.
Tecnologia adaptada ao clima e ao solo da região
Segundo Emiliano Santarosa, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Embrapa Florestas, o sistema de produção da pupunha representa uma importante alternativa para a agricultura familiar.
“Além da geração de renda e da diversificação produtiva, a pupunha apresenta excelente adaptação às condições de clima e solo da região. Com o manejo correto, é possível alcançar alta produtividade e qualidade do palmito”, destacou o especialista.
O Balanço Social da Embrapa referente a 2024 revelou um lucro social de R$ 107,24 bilhões, o que representa um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Os números refletem os resultados de 166 tecnologias avaliadas, reforçando o papel da Embrapa na promoção de soluções sustentáveis e inovadoras no setor agropecuário.
Um dos principais indicadores do relatório é a relação entre o lucro social e a receita operacional líquida da empresa, que passou de 21,23 em 2023 para 25,35 em 2024. Isso significa que, para cada real investido na Embrapa, a sociedade recebeu R$ 25 de retorno.
Publicação anual destaca impactos da pesquisa agropecuária
O Balanço Social é divulgado anualmente pela Embrapa e reúne os principais resultados alcançados no ano anterior, incluindo ações sociais, casos de sucesso, prêmios, reconhecimentos e impactos econômicos, sociais e ambientais de suas tecnologias.
A partir desses dados, é calculado o lucro social devolvido à sociedade brasileira, demonstrando a relevância das pesquisas e inovações da empresa para o desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional.
Fonte: portaldoagronegocio
