O ano de 2025 foi marcado por um cenário amplamente positivo para a suinocultura brasileira, especialmente para o produtor independente. Com preços firmes do suíno vivo, custos de produção mais equilibrados e forte avanço das exportações, o setor encerra o período com indicadores que reforçam a sustentabilidade econômica da atividade, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Ao longo de 2025, os valores pagos pelo suíno vivo no mercado interno permaneceram sustentados, impulsionados tanto pela demanda doméstica aquecida quanto pelo crescimento consistente das vendas externas. Esse movimento ocorreu em um contexto de oferta controlada, o que contribuiu para manter o equilíbrio entre produção e consumo. Paralelamente, os preços do farelo de soja, um dos principais insumos da suinocultura, operaram em patamares historicamente baixos, reduzindo a pressão sobre os custos de alimentação animal.
Como reflexo direto dessa combinação favorável, o poder de compra do suinocultor paulista frente ao farelo de soja atingiu o maior nível da série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Trata-se de um indicador-chave para o setor, pois mede a capacidade do produtor de adquirir insumos com a receita obtida na venda do animal, revelando maior margem operacional ao longo do ano.
Na média de 2025, o suíno vivo posto na indústria da praça SP-5 foi comercializado a R$ 8,56 por quilo, valor 6,5% superior ao registrado em 2024 e o mais elevado desde 2020 em termos reais, já descontada a inflação medida pelo IGP-DI. O ponto máximo das cotações foi observado em setembro, quando o quilo do animal alcançou R$ 9,25, reforçando o bom momento vivido pelo setor.
No mercado externo, a carne suína brasileira manteve trajetória de expansão e confirmou sua relevância no comércio internacional. De janeiro a novembro de 2025, o Brasil embarcou 1,35 milhão de toneladas, volume 10,3% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior e já acima de todo o total exportado em 2024, que foi de 1,33 milhão de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Esse desempenho colocou o país na terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de carne suína, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O avanço é resultado de uma estratégia conjunta entre setor produtivo e mercado institucional, voltada à abertura e consolidação de novos mercados, além do fortalecimento da logística e do escoamento da produção nacional.
Entre os principais destinos da carne suína brasileira em 2025, as Filipinas seguiram na liderança, com mais de 350 mil toneladas importadas ao longo do ano, consolidando o país asiático como parceiro estratégico do Brasil nesse segmento. O cenário reforça a importância da suinocultura não apenas para o abastecimento interno, mas também como vetor de geração de renda, empregos e divisas para a economia brasileira.
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Fonte: cenariomt






