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Soja estabiliza em Chicago após alta: mercado atento à China e cenário de comercialização interna

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CNA

Realização de lucros após forte alta em Chicago

Os contratos futuros da soja iniciaram a quinta-feira (17) em leve queda na Bolsa de Chicago, após a expressiva valorização registrada na sessão anterior. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos recuavam entre 0,75 e 1 ponto, com o contrato para agosto cotado a US$ 10,12 e o de novembro a US$ 10,19 por bushel.

Esse movimento é visto como uma realização de lucros, mas o mercado segue atento aos rumores sobre possíveis compras da China nos Estados Unidos. Segundo informações de mercado, o país asiático estaria consultando fretes marítimos para embarques de soja partindo do Golfo do México, o que reforça as expectativas de novos negócios entre as duas maiores economias do mundo.

Soja dos EUA ganha competitividade e atrai interesse da China

Analistas apontam que a soja americana, mais barata nos últimos dias, voltou a despertar interesse dos compradores chineses, especialmente das estatais. Apesar da China manter grande parte de sua demanda voltada para o Brasil, especialistas afirmam que o país deverá recorrer aos Estados Unidos para garantir o abastecimento até o fim do ano.

Essa perspectiva sustentou os preços no mercado internacional durante a quarta-feira (16). O contrato de agosto subiu 1,83%, encerrando o dia a US$ 1.013,25 por bushel. A valorização foi impulsionada por compras técnicas, expectativas de exportação de farelo para a Indonésia e a venda de 120 mil toneladas de soja americana com destino ainda não revelado.

Avanço nas vendas no Rio Grande do Sul

No Brasil, o cenário de comercialização apresenta variações regionais. No Rio Grande do Sul, as vendas avançaram, com produtores buscando liquidar compromissos financeiros e adquirir insumos para a próxima safra. De acordo com a TF Agroeconômica, cerca de 53% da safra estimada em 15 milhões de toneladas já foi comprometida, com aproximadamente 750 mil toneladas negociadas para pagamento em abril e maio de 2026.

Os preços apresentaram leve alta:

  • Porto: R$ 137,50
  • Interior: R$ 131,00 em diversas praças
  • Panambi: queda para R$ 121,00
Ritmo lento em Santa Catarina e pressão logística no Paraná

Em Santa Catarina, apesar da boa produção, a comercialização segue lenta. A limitação na capacidade de armazenagem e a aproximação da safra de inverno têm forçado uma antecipação nas vendas. O preço no porto de São Francisco ficou em R$ 136,30.

No Paraná, o excesso de grãos, mesmo diante de exportações robustas de US$ 11,1 bilhões no primeiro semestre, pressiona tanto a logística quanto os preços. As cotações variaram de R$ 120,49 em Maringá a R$ 135,28 em Pato Branco.

Centro-Oeste enfrenta gargalos com alta produção e queda nas exportações

No Mato Grosso do Sul, apesar da produção ter crescido 18,9%, as exportações recuaram 25,6%, o que provocou acúmulo de grãos nos armazéns e lentidão nas vendas. O preço spot foi de R$ 120,63 em várias cidades, com destaque negativo para Chapadão do Sul, onde a saca foi negociada a R$ 108,69.

Em Mato Grosso, o cenário é semelhante: uma safra volumosa, redução nas exportações e problemas climáticos, como o estresse hídrico que afetou parte das lavouras. Os preços oscilaram entre R$ 108,22 em Nova Mutum e R$ 113,25 em Rondonópolis.

Perspectivas seguem ligadas ao mercado externo e logística interna

A movimentação dos preços internacionais e as negociações com a China continuam influenciando o comportamento do mercado da soja no Brasil. Internamente, o avanço nas vendas depende tanto das condições de armazenagem quanto da necessidade dos produtores em liberar espaço e garantir recursos para a próxima safra.

Fonte: portaldoagronegocio

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