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Agronegócio

Segurança Digital: Estratégias Essenciais para o Agronegócio diante do Crescimento dos Ataques Cibernéticos

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A digitalização de processos no agronegócio trouxe inúmeros avanços, como maior controle das operações e acesso facilitado a informações. No entanto, essa transformação também abriu brechas para ameaças virtuais. Diante disso, a cibersegurança tem se tornado uma prioridade crescente entre agroindústrias e fazendas, que lidam com grandes volumes de dados e operações conectadas.

Ataques de hackers, sequestro de dados (ransomware) e outras práticas maliciosas vêm ganhando destaque nos últimos anos e atingem desde grandes centros urbanos até áreas rurais. Um dos episódios mais graves registrados foi o ataque que paralisou hospitais no Reino Unido, levando ao cancelamento de milhares de atendimentos. No Brasil, sistemas do Governo Federal — entre eles o Instituto Nacional de Câncer (INCA) — também foram comprometidos, gerando riscos consideráveis à integridade dos dados e à segurança de usuários.

No setor agropecuário, os casos também se multiplicam. Recentemente, uma usina de cana-de-açúcar foi alvo de um ataque cibernético que teve como foco o roubo de dados pessoais de colaboradores e projetos estratégicos da empresa. O incidente ainda afetou sistemas físicos como balanças, câmeras de vigilância e controle de ponto, paralisando parte da operação industrial e resultando na exigência de um resgate milionário para devolução das informações.

Para Sandro Morete, responsável pelo suporte e manutenção de software da GAtec — unidade de negócios da Senior Sistemas —, a agilidade na resposta é crucial. “Cada segundo faz diferença na contenção de riscos. Empresas que investem em cibersegurança conseguem se proteger melhor contra essas ameaças. Já aquelas que não possuem uma estrutura robusta se tornam alvos fáceis”, afirma.

Segundo ele, a cibersegurança é hoje um dos principais desafios enfrentados por empresas que desejam implementar sistemas baseados em inteligência artificial dentro e fora da porteira. A gestão de dados sensíveis, o controle de informações financeiras e a privacidade de registros gerados por equipamentos no campo são algumas das maiores preocupações do setor. “Nosso papel como empresa de tecnologia é apoiar nossos clientes na proteção dessas informações, alertando sobre a necessidade de investir em segurança digital”, complementa Morete.

Profissionais especializados: o papel do “hacker do bem”

A identificação de vulnerabilidades é o primeiro passo para elevar o nível de segurança. Para isso, o apoio de consultorias especializadas é essencial. Luciano Moizio, analista de sistemas e diretor de tecnologia e segurança da CyberSecurity:ON (CSO), explica que o trabalho da empresa é simular ataques cibernéticos para mapear os riscos.

A prática, conhecida como pentest (teste de penetração), consiste em uma avaliação consensual dos sistemas da empresa, simulando invasões em redes, aplicativos e dispositivos físicos. “É como agir como um hacker do bem. Verificamos onde estão as brechas e entregamos um relatório executivo com os riscos encontrados, além de um documento técnico com sugestões de correção para a equipe de TI”, detalha Moizio.

O especialista também alerta para o fato de que a maioria dos ataques — mais de 90% — ocorre de dentro para fora, ou seja, com a colaboração direta ou indireta de funcionários da própria organização. “A partir do acesso à rede, o invasor pode chegar a arquivos, sistemas contábeis, documentos confidenciais e muito mais. Os danos podem ser irreversíveis”, alerta.

Medidas básicas para aumentar a proteção

Segundo Moizio, apesar de instituições financeiras e empresas com altos investimentos em tecnologia já apresentarem um nível de maturidade elevado em cibersegurança, o mesmo não se pode dizer de outros setores, incluindo o agro. “Máquinas autônomas, sensores e sistemas remotos estão cada vez mais presentes nas propriedades, mas ainda falta cuidado com senhas e políticas de acesso”, observa.

Para minimizar os riscos, ele aponta algumas ações essenciais:

  • Protocolos não autenticados: sistemas de controle industrial sem autenticação permitem comandos externos que podem comprometer processos físicos;
  • Hardware desatualizado: equipamentos antigos não acompanham ameaças atuais e tornam-se vulneráveis;
  • Autenticação fraca de usuários: senhas simples ou mal armazenadas facilitam invasões;
  • Verificação de integridade falha: ausência de assinaturas digitais pode permitir substituição de arquivos por versões maliciosas;
  • Falta de treinamento: é essencial que todos os colaboradores sejam orientados sobre boas práticas e proteção de dados.

Além disso, ele recomenda a validação constante das vulnerabilidades em cada unidade, a adoção de políticas de troca de senhas, a segmentação da rede e o acompanhamento rigoroso de processos internos. “O mais indicado é sempre buscar o apoio de uma consultoria especializada, capaz de realizar testes práticos e apresentar soluções personalizadas para garantir a segurança da operação”, conclui Moizio.

Fonte: portaldoagronegocio

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