O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), aponta que a safra de cereais, oleaginosas e leguminosas de 2025 no estado deverá alcançar 12,1 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento de 6,7% em relação à safra de 2024.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também projeta um cenário positivo para o ciclo 2024/2025, com alta na produção, na área plantada e na produtividade dos grãos, com destaque para soja e algodão.
Segundo o IBGE, a área plantada deve atingir 3,65 milhões de hectares, um avanço de 2,8% ante o ciclo anterior. O rendimento médio das lavouras de grãos na Bahia foi estimado em 3,33 toneladas por hectare, 4% acima do registrado na safra anterior.
Soja e algodão impulsionam o crescimento
A produção de soja no estado está projetada em 8,33 milhões de toneladas, um aumento de 10,6% em relação a 2024. A área plantada com a oleaginosa deve alcançar 2,1 milhões de hectares, e a produtividade média de 3,09 toneladas por hectare apresenta um crescimento de 4%.
O algodão (caroço e pluma), outro produto de grande relevância na safra baiana, deve registrar 1,78 milhão de toneladas, um avanço de 0,7% sobre 2024. A Bahia segue como o maior produtor do Nordeste e o segundo maior do Brasil, responsável por 19,8% da produção nacional. A área plantada com a fibra foi ampliada em 0,5%, totalizando 382 mil hectares.
Desafios para milho e feijão
Já para o feijão, a projeção indica um crescimento de 5,1% em relação à safra passada, totalizando 234 mil toneladas. A área plantada deve chegar a 385 mil hectares (+1,3%). A primeira safra do grão deve produzir 143 mil toneladas (+4,2%), enquanto a segunda deve alcançar 91 mil toneladas (+6,7%).
Por outro lado, a produção de milho deve recuar 2,1% no estado, totalizando 2,27 milhões de toneladas. A redução na área plantada (-3,4%) impacta o volume da primeira safra, estimada em 1,5 milhão de toneladas (-2,9%), e da segunda safra, projetada em 762 mil toneladas (-0,5%).
Outros cultivos
A colheita de café na Bahia deve atingir 266 mil toneladas, um crescimento de 6,8% sobre o ano passado. O café arábica deve responder por 110 mil toneladas (+5,9%), enquanto o canéfora (robusta) está projetado em 156 mil toneladas (+7,5%).
A produção de cana-de-açúcar foi estimada em 5,49 milhões de toneladas, com uma leve queda de 1% frente a 2024. O cacau, por sua vez, deve registrar crescimento de 7%, atingindo 119 mil toneladas.
Na fruticultura, a produção de banana deve alcançar 906 mil toneladas (+4,3%), enquanto a colheita de laranja deve somar 632 mil toneladas (+0,3%) e a de uva 61 mil toneladas (+10%).
Entre as hortaliças, a produção de mandioca está estimada em 907 mil toneladas (+14,7%). A colheita de batata-inglesa pode chegar a 340 mil toneladas (+1,7%), enquanto o tomate deve sofrer uma redução expressiva de 48,4%, totalizando 183 mil toneladas.
Projeções da Conab confirmam crescimento da safra baiana
Em seu quinto levantamento para o ciclo 2024/2025, a Conab estima uma produção total de 13,2 milhões de toneladas de grãos na Bahia, um crescimento de 6,3% em relação à safra anterior. A área plantada deve se expandir 4,3%, chegando a 3,94 milhões de hectares, com destaque para a soja (+156 mil hectares) e o algodão (+43 mil hectares).
A produção de soja pode alcançar 8,44 milhões de toneladas (+12,8%), com produtividade estimada em 3,95 toneladas por hectare, a maior do país. A área plantada com a oleaginosa deve crescer 7,9%, totalizando 2,14 milhões de hectares.
Já a produção de algodão deve atingir 1,85 milhão de toneladas (+12,5%), cultivado em uma área de 389 mil hectares.
Milho e feijão enfrentam dificuldades
A Conab estima que a safra de milho na Bahia totalize 2,66 milhões de toneladas, com queda de 10,1% em relação ao ciclo anterior. A retração ocorre principalmente devido à estiagem registrada em dezembro, que afetou lavouras no centro-norte e no Submédio São Francisco. A área plantada deve diminuir 5,2% devido à baixa rentabilidade do cereal.
O feijão também enfrenta desafios devido à falta de chuvas entre novembro e dezembro, o que impactou as lavouras. No entanto, a recuperação hídrica a partir de janeiro trouxe perspectivas mais favoráveis. A produção estimada é de 347 mil toneladas (-1,9%), em uma área de 421 mil hectares.
Apesar dos desafios enfrentados por alguns cultivos, os dados do IBGE e da Conab reforçam um cenário otimista para a safra baiana de grãos em 2025, impulsionado principalmente pelo bom desempenho da soja e do algodão.
Fonte: portaldoagronegocio