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Preços do café em baixa: OIC aponta primeira queda global em 2025

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Os preços internacionais do café recuaram pela primeira vez em 2025. Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o indicador composto de preços caiu 1,8% em março, atingindo uma média de 347,85 centavos de dólar por libra-peso. Em fevereiro, o índice havia alcançado 354,32 centavos. Ao longo do mês de março, o indicador variou entre uma mínima de 336,32 e uma máxima de 364,20 centavos. Apesar do recuo, o preço médio segue 86,6% acima do registrado no mesmo período de 2024.

Em seu relatório mensal de monitoramento do mercado, a OIC atribui a retração a uma série de fatores macroeconômicos, geopolíticos e específicos do setor. “Uma combinação de eventos pontuais, fatores macroeconômicos e geopolíticos gerou um ambiente de incerteza negativa no mercado de café, provocando uma correção após um longo e expressivo rali de alta”, destacou a entidade.

Ao longo de março, o mercado foi influenciado por fatores de alta e de baixa, com predominância dos elementos baixistas. Entre eles, destacou-se a preocupação com a demanda nos Estados Unidos — maior consumidor mundial da bebida — e a melhora nas perspectivas para a oferta global, impulsionada pelo desempenho da Colômbia, cuja produção em fevereiro atingiu o maior nível em 29 anos.

As tensões comerciais também pesaram sobre o mercado. As tarifas recíprocas recentemente impostas pelos Estados Unidos aumentaram a incerteza e elevaram o risco de encarecimento do café para o consumidor final, o que pode enfraquecer a demanda.

Estoques baixos e incertezas climáticas no Brasil sustentam os preços

Apesar da retração nos preços, alguns fatores ajudaram a conter a queda mais acentuada. Um deles foi o nível reduzido de estoques nos países consumidores, estimado em 15,9 milhões de sacas em fevereiro de 2025 — uma redução de quase 8 milhões em relação ao pico recente de 23,88 milhões. A possível limitação dos estoques brasileiros, em virtude do elevado volume de exportações, também contribuiu para sustentar os preços. A expectativa é de que os estoques não sejam reabastecidos antes de julho, quando o ingresso dos grãos da nova safra deverá se intensificar.

Além disso, o relatório da OIC apontou preocupações com o desempenho da safra brasileira de 2025/2026. Previsões climáticas de longo prazo indicam maior risco de geadas no inverno, além de períodos de estiagem e baixa incidência de chuvas. Em março, os índices de precipitação no Brasil ficaram abaixo da média, reduzindo a umidade do solo e levantando dúvidas sobre o desenvolvimento das lavouras.

A entidade também alertou para as dificuldades logísticas no Iêmen, onde a atuação do grupo Houthi continua a ameaçar a segurança da navegação no Mar Vermelho. “Essas condições tensas aumentam a quantidade de café em trânsito (‘na água’), reduzindo a disponibilidade nos destinos finais e pressionando os custos de frete”, concluiu a OIC.

Fonte: portaldoagronegocio

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