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José Fernando Ogura
Desempenho do mercado em maio
O mês de maio foi marcado por queda nos preços da carne suína no Brasil. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Allan Maia, o mercado apresentou estabilidade nos primeiros quinze dias, com os preços do suíno vivo e dos cortes no atacado andando de lado, reflexo de um equilíbrio entre oferta e demanda.
Recuo na segunda quinzena
Já na segunda metade do mês, os preços passaram a cair. Maia explica que a indústria adotou uma postura mais cautelosa nas negociações com produtores, avaliando um escoamento mais lento da carne no atacado.
A retração no consumo final e a menor capacidade de compra da população também contribuíram para o cenário negativo.
Concorrência com outras proteínas
Além disso, a perda de competitividade da carne suína diante dos cortes de frango e bovinos, que também enfrentaram dificuldades no mesmo período, afetou o desempenho do setor. A menor atratividade frente a essas proteínas pressionou ainda mais os preços.
Exportações seguem em alta
Por outro lado, a exportação de carne suína continuou sendo um fator positivo. Segundo Maia, o bom desempenho nas vendas externas ajudou a reduzir a disponibilidade do produto no mercado interno, aliviando parte da pressão sobre os preços.
Custos de produção em queda
Outro ponto favorável para o setor foi a queda no preço do milho, insumo essencial na ração animal. Essa redução ajuda a melhorar as margens dos produtores. Maia também destaca que, com a entrada da primeira quinzena de junho, espera-se uma melhora na demanda interna, impulsionada pela reposição no varejo e maior capitalização das famílias, em função do recebimento de salários.
Quedas nos preços por região
De acordo com levantamento da Safras & Mercado, os preços do suíno vivo caíram em diversas praças do país:
- Média do Centro-Sul: recuo de 2,96%, de R$ 7,80 para R$ 7,57 por quilo
- Pernil no atacado: queda de 5,03%, de R$ 14,20 para R$ 13,49
- Carcaça: desvalorização de 3,92%, de R$ 12,61 para R$ 12,11
Confira os principais destaques regionais:
- São Paulo (arroba): de R$ 163,00 para R$ 155,00
- Rio Grande do Sul: integração manteve R$ 6,60; no interior, de R$ 8,25 para R$ 8,00
- Santa Catarina: integração estável em R$ 6,60; interior, de R$ 8,20 para R$ 7,90
- Paraná: mercado livre caiu de R$ 8,25 para R$ 8,00; integração seguiu em R$ 6,65
- Mato Grosso do Sul: Campo Grande teve recuo de R$ 7,70 para R$ 7,50; integração seguiu em R$ 6,60
- Goiânia: queda de R$ 8,40 para R$ 7,90
- Minas Gerais: interior, de R$ 8,60 para R$ 8,10; mercado independente, de R$ 8,80 para R$ 8,30
- Mato Grosso: Rondonópolis, de R$ 7,70 para R$ 7,50; integração manteve R$ 7,05
Exportações em destaque
As exportações brasileiras de carne suína “in natura” somaram US$ 211,514 milhões em maio (considerando 16 dias úteis), com média diária de US$ 13,219 milhões. Foram embarcadas 82,226 mil toneladas no período, com média diária de 5,139 mil toneladas. O preço médio foi de US$ 2.572,4 por tonelada.
- Comparado a maio de 2024, houve:
- Aumento de 32,1% no valor médio diário
- Crescimento de 17,8% na média diária de volume exportado
- Alta de 12,2% no preço médio por tonelada
Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fonte: portaldoagronegocio