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Claudio Neves
Recorde de movimentação supera 34 milhões de toneladas
Os portos do Paraná atingiram um novo recorde histórico de movimentação de cargas no primeiro semestre de 2025. Foram movimentadas 34.252.008 toneladas, volume 1,4% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando foram movimentadas 33.780.236 toneladas.
O desempenho foi impulsionado principalmente pelas exportações de soja, farelo, óleo de soja, além da importação de fertilizantes e o aumento na movimentação de contêineres.
“Este é o melhor semestre da nossa história”, afirmou Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná. “Estamos investindo tanto na infraestrutura logística quanto na capacitação das pessoas que fazem essa operação acontecer”, completou.
Exportações seguem estáveis, com liderança em soja e óleo
As exportações mantiveram um ritmo semelhante ao de 2024. O volume passou de 21.261.128 toneladas no primeiro semestre do ano passado para 21.275.295 toneladas em 2025 — um leve crescimento de 0,1%, considerado positivo diante de instabilidades políticas, econômicas e sanitárias.
Entre os produtos exportados, a soja foi destaque, com 7.863.227 toneladas embarcadas. O Paraná também respondeu por 30% da exportação nacional de farelo de soja, com 3.428.464 toneladas, tendo como principais destinos França, Países Baixos (Holanda) e Coreia do Sul. O valor FOB total da commodity ultrapassou US$ 1,1 bilhão.
Além disso, o estado liderou a exportação de óleo de soja, com 528 mil toneladas, o equivalente a 64% do total nacional, segundo dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Importações crescem 3,7%, com destaque para fertilizantes
As importações pelos portos do Paraná também cresceram. No primeiro semestre de 2025, foram 12.976.714 toneladas, alta de 3,7% em relação ao mesmo período de 2024.
O principal item importado foi fertilizantes, com 5.251.240 toneladas desembarcadas, oriundas principalmente da China, Rússia e Canadá. A carga foi destinada majoritariamente aos estados de Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Goiás. O Paraná lidera a recepção nacional de fertilizantes, com 27% da movimentação brasileira.
Crescimento na movimentação de contêineres e carnes
A movimentação de contêineres cresceu, passando de 780.457 TEUs (unidades equivalentes a contêineres de 20 pés) em 2024 para 803.041 TEUs neste ano.
O Paraná também se destacou nas exportações de carnes, representando 34% da movimentação nacional. Os principais destinos foram China, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e Japão. Entre os tipos de carne, os volumes mais exportados foram, nesta ordem: frango, carne bovina e carne suína.
Investimentos ultrapassam R$ 2,8 bilhões para ampliar capacidade
Para atender à crescente demanda e otimizar a logística portuária, os Portos do Paraná estão investindo fortemente em infraestrutura.
Obra ferroviária do Moegão
Mais de R$ 600 milhões estão sendo aplicados na construção do Moegão, estrutura que ligará 11 terminais por galerias aéreas. O novo sistema terá três linhas férreas independentes, permitindo a operação simultânea de até 180 vagões com grãos e farelos. Com isso, a capacidade saltará de 550 para 900 vagões diários, totalizando uma movimentação de 24 milhões de toneladas por ano.
“Essa obra vai revolucionar o recebimento ferroviário dos portos”, afirma Victor Kengo, diretor de Engenharia e Manutenção.
Construção do novo Píer em T
Outro investimento importante será o novo Píer em T no Porto de Paranaguá. O projeto contará com quatro berços de atracação, com capacidade para movimentar até 8 mil toneladas por hora — atualmente, a média é de 3 mil toneladas/hora.
O investimento total na obra será de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de empresas arrendatárias e R$ 1 bilhão do Governo do Paraná. A estrutura também permitirá o recebimento de navios de maior porte, com o Corredor de Exportação Leste (Corex) atingindo uma capacidade de 32 mil toneladas/hora.
Perspectivas positivas para o segundo semestre
De acordo com o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira, a produtividade dos portos foi consistente ao longo do semestre, sem filas para atracação. A expectativa para o segundo semestre é ainda mais positiva, sustentada pela infraestrutura em expansão e pelo crescimento contínuo nas exportações e importações.
Fonte: portaldoagronegocio