O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que os membros do governo de (PT) estão cientes da necessidade de adotar medidas para cortar gastos. No entanto, o ministro da , Carlos Lupi, deixou claro que, caso essas ações impactem negativamente os benefícios previdenciários, ele pedirá para deixar o cargo.
Em entrevista ao jornal O Globo, Lupi se posicionou firmemente contra cortes que possam afetar a população mais vulnerável. Ele defendeu a implementação de impostos sobre grandes fortunas como uma maneira de equilibrar as finanças públicas.
“Quero discutir taxação das grandes fortunas”, disse o ministro. “O [Fernando] Haddad até está propondo isso. Quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada.”
O ministro também abordou as dificuldades em cortar despesas em sua área e afirmou que não há como reduzir os gastos relacionados à Previdência.
“Como vai pegar a Previdência?”, questionou Lupi “A média salarial das pessoas é R$ 1,8 mil. Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real [no salário mínimo]? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo.”
Sobre o corte de despesas solicitado ao Ministério da Previdência, Lupi se esquivou de dar uma resposta direta, mas afirmou que a pasta foca em reduzir as irregularidades.
“Estamos fazendo uma economia grande conferindo gente que não tem mais direito à licença por doença”, explicou Lupi. “Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença?”
Em menos de um mês, esse é o segundo ministro do governo Lula que ameaça deixar o Executivo, caso o pacote de gastos de seja adotado.
Na semana passada, o ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, afirmou que possíveis cortes de gastos em benefícios no seu setor podem motivar um pedido de demissão.
“Se eu for agredido é possível”, respondeu o ministro a jornalistas, ao ser questionado sobre deixar ou não o governo. “Nunca fui. Estou dizendo que essa discussão não existe. Uma decisão sem minha participação em um tema meu é uma agressão.”
Fonte: revistaoeste