CENÁRIO AGRO

Plano Safra e Funcafé: crédito recorde para cafeicultores exigem atenção na comercialização

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O Governo Federal anunciou nesta terça-feira (1º) o Plano Safra 2025/2026, com a liberação de R$ 605,2 bilhões em crédito rural. Do total, R$ 516,2 bilhões serão direcionados à Agricultura Empresarial e R$ 89 bilhões ao setor da agricultura familiar, por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e outras políticas complementares, como assistência técnica, seguro agrícola, garantia de preços mínimos e compras públicas.

Juros sobem e exigem atenção dos produtores

Na Agricultura Empresarial, os recursos representam um aumento de R$ 8 bilhões em relação à safra anterior. As taxas de juros também subiram: 10% ao ano para médios produtores e 14% para grandes. Linhas de investimento terão juros entre 8,5% e 13,5% ao ano.

Para a agricultura familiar, o volume anunciado é recorde, superando os R$ 76 bilhões da safra passada. O Pronaf receberá R$ 78,2 bilhões, justamente no ano em que completa 30 anos. Ainda não há definição sobre os recursos do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que teve R$ 445 milhões congelados até nova deliberação do governo.

Funcafé libera R$ 7,1 bilhões e amplia acesso ao crédito

Durante a cerimônia de lançamento do Plano Safra, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a destinação de R$ 7,187 bilhões pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), valor recorde que reforça o apoio à cadeia cafeeira brasileira.

Uma novidade importante é a inclusão, via Portaria nº 811 do MAPA, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) como representante no Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), além da entrada inédita dos produtores do Pronaf e do Pronamp entre os beneficiários do Funcafé. Segundo Fávaro, essa medida amplia o acesso ao crédito para pequenos produtores e reforça a inclusão produtiva no setor cafeeiro.

“O acesso dos pronafianos e pronampianos ao Funcafé estimula os pequenos produtores, gera renda no campo e reduz desigualdades”, destacou o ministro.

Representantes do setor elogiam gestão do Plano Safra

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Pavel Cardoso, participaram do evento de lançamento. Silas elogiou a atuação do ministro Fávaro e da equipe do MAPA, em especial os secretários Guilherme Campos e Wilson Vaz de Araújo, ressaltando o comprometimento técnico e a eficiência no planejamento do Plano Safra.

“Mesmo diante dos desafios econômicos, conseguimos um Plano robusto e estratégico para a agropecuária brasileira”, afirmou.

CNC orienta cafeicultores sobre estratégia de venda

Com a liberação dos recursos do Funcafé e as diretrizes do Conselho Monetário Nacional (CMN), o produtor de café poderá custear os gastos da colheita e reforçar compromissos com insumos. O CNC recomenda que o cafeicultor faça a venda de forma gradual, evitando pressão de oferta no início da safra e aproveitando melhor as variações de preço do mercado.

A previsão da safra 2024/2025 é de cerca de 60 milhões de sacas de 60 kg, em linha com os dados atuais. A baixa dos estoques de passagem — a menor dos últimos anos — reforça o cenário de atenção. Em março, o corte técnico oficial também apontou para essa tendência.

Exportações fortes antecipam consumo e exigem atenção

As exportações brasileiras em 2024 surpreenderam os países importadores, como redes de cafeterias e traders, que agora operam com estoques enxutos. A expectativa é que esses mercados aguardem a entrada das novas safras dos países produtores para retomar o ritmo normal de compras. Esse contexto exige que o produtor avalie cuidadosamente o melhor momento para comercializar seu café, considerando as variações climáticas e de mercado.

Estoques baixos são fator estratégico

Analistas apontam, de forma unânime, que os estoques de passagem nos últimos quatro anos estão entre os mais baixos da história recente da cafeicultura brasileira. Esse dado deve ser considerado com atenção pelo produtor para obter o melhor retorno financeiro.

CNC reforça compromisso com o setor

O CNC reafirma seu compromisso com cooperativas e produtores na busca por crédito acessível, sustentabilidade econômica e segurança na comercialização. Silas Brasileiro destacou ainda a atuação eficiente da equipe do MAPA, incluindo José Maria dos Anjos (diretor de Comercialização) e Janaína Macedo (coordenadora-geral do Café), na agilidade do credenciamento dos agentes financeiros para operação dos recursos do Funcafé.

“O trabalho técnico da equipe do Departamento do Café foi essencial para viabilizar o acesso rápido ao crédito, tão necessário neste momento crítico da safra”, finalizou Silas.

Fonte: portaldoagronegocio

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