Com o fim recente da safra anterior, os produtores do Sul de Minas já iniciam o planejamento para a safra de soja 2024/25. A antecipação das decisões tem se mostrado essencial diante de um cenário marcado por instabilidade no mercado global, dificuldades logísticas e incertezas climáticas.
Preocupação com o ritmo das compras e o impacto nos custos
De acordo com Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom, o ritmo ainda lento nas decisões de compra pode gerar atrasos no fornecimento de insumos e, consequentemente, pressionar os custos de produção. “Quando os pedidos se concentram em um curto espaço de tempo, há risco de gargalos logísticos e prejuízos no cumprimento da janela ideal de plantio”, alerta.
Cenário internacional traz desafios adicionais
No cenário externo, fatores como os estoques elevados e a indefinição nas relações comerciais entre China e Estados Unidos também preocupam os produtores. A demanda pela soja brasileira pode ser impactada por essas incertezas, o que exige maior cautela nas estratégias de venda e comercialização.
Além disso, o aumento das tensões geopolíticas, como o recente conflito entre Irã e Israel, evidencia a sensibilidade da economia global a eventos externos. Esses episódios influenciam diretamente o preço do petróleo, elevam os custos logísticos e aumentam a volatilidade nas bolsas de commodities, afetando o agronegócio brasileiro.
Estratégias recomendadas: troca e hedge
Para lidar com esses riscos, Castelli orienta os produtores a aproveitarem as oportunidades de troca de insumos por grãos e a considerarem a realização de operações de hedge. Segundo ele, garantir a cobertura, ao menos parcial, dos custos de produção é uma forma eficaz de minimizar os impactos da volatilidade do mercado.
Gestão de riscos segue como pilar da sustentabilidade no campo
Mesmo com os avanços tecnológicos e a crescente profissionalização da atividade agrícola, o setor ainda enfrenta fatores imprevisíveis. Nesse contexto, o planejamento antecipado e a gestão de riscos permanecem fundamentais para garantir a sustentabilidade e a competitividade da produção rural.
Fonte: portaldoagronegocio