A colheita da soja da safra 2024/25 segue em bom ritmo, alcançando 48,4% da área total até o final de fevereiro, um número próximo ao registrado na safra anterior, de 47,3%. No estado de Mato Grosso, destaque para a conclusão de 80,4% da colheita, que deverá liberar espaço para o início do plantio da segunda safra de milho.
No que se refere ao milho, a semeadura da 2ª safra atingiu 69,6% até a última semana de fevereiro, mantendo-se em ritmo semelhante ao do ano passado, quando foi registrado 73,7%. A semeadura avançou principalmente em Mato Grosso, estado que enfrentou o risco de perder a janela ideal de plantio devido ao atraso na colheita da soja, causado pelas chuvas frequentes. Em outros estados, o plantio do milho está mais adiantado em comparação com o mesmo período do ano passado. Já a semeadura da 1ª safra de milho alcançou 25,3%, próximo ao registrado em 2024, que foi de 29,4%.
Efeitos da Guerra Comercial
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ganha novos contornos com a imposição de tarifas adicionais. O novo presidente dos Estados Unidos determinou um acréscimo de 10% nas tarifas sobre produtos chineses, somando 20% no total, devido à alegação de que a China não tem tomado medidas eficazes para combater o fluxo de fentanil para os Estados Unidos. Em resposta, a China anunciou contramedidas, incluindo tarifas de 15% sobre milho, trigo, frango e algodão, e de 10% sobre soja, sorgo, carne bovina e carne suína, com vigência a partir de 10 de março.
Esse contexto pode potencialmente aumentar a demanda por produtos agropecuários brasileiros, embora o país possa não aproveitar plenamente essa oportunidade de mercado, devido às limitações logísticas internas no escoamento da produção. Além disso, o impacto nas cotações, tanto na Bolsa de Chicago (CBOT) quanto nos prêmios de exportação, gera incertezas. Durante a última guerra comercial, os preços foram negativamente afetados, e o efeito dessa nova dinâmica ainda está sendo definido. No entanto, no curto prazo, os prêmios de exportação já apresentam uma melhora.
Nos primeiros dois meses de 2025, a China reduziu suas importações de produtos agropecuários dos Estados Unidos e aumentou suas compras do Brasil, que agora representam 79% das aquisições chinesas no mesmo período.
Fonte: portaldoagronegocio