Irmão do ditador da , Daniel Ortega, e opositor ao , o general Humberto Ortega morreu na madrugada desta segunda-feira, 30. O general aposentado tinha 77 anos e estava internado em um hospital militar na capital, Manágua.
O Exército divulgou que a causa da morte foi uma parada cardíaca. No domingo 29, os militares já haviam afirmado que o estado de saúde do irmão do ditador havia sofrido “uma deterioração brusca”.
General aposentado, desde maio deste ano. Forças do governo autoritário o prenderam depois de o general afirmar, em entrevista a um portal de notícias argentino, que não acreditava na continuidade do atual regime.
Segundo Humberto, a ditadura não se manteria depois da morte de Daniel Ortega, seu irmão mais velho. Daniel está com 78 anos e sofre tem vários problemas de saúde.
A declaração irritou o ditador. Seu destempero só não foi maior que o da sua mulher, Rosario Murillo. A cunhada de Humberto ocupa um dos cargos de liderança do regime nicaraguense. No posto, trabalha para manter o poder e abrir espaço para o filho Laureano.
Descontente com as falas de Humberto, o casal colocou em prática seu estilo repressivo. Sem acusar Humberto de maneira formal, os ditadores mandaram confiscar os telefones celulares e os computadores do general.
A ordem incluiu a prisão de funcionários de Humberto. Alguns dias depois de determinar a detenção do irmão, Daniel mandou a polícia instalar na casa de Humberto uma unidade médica para monitorar sua saúde e mantê-lo sob custódia.
Algumas semanas depois de determinar o confinamento do irmão, o ditador afirmou, em público, que Humberto “traiu a pátria”. em 1992. ao condecorar um militar dos Estados Unidos.
Os dois irmãos fizeram parte do movimento que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza, em 1979. Ambos ingressaram na guerrilha ainda no ensino médio. Algumas pessoas que estavam ao lado da dupla, na época, dizem que Humberto tinha mais destaque do que Daniel.
Depois do sucesso com a chamada Revolução Sandinista, o general assumiu a fundação de um novo Exército e o comandou. Sua liderança vigorou, inclusive, nas eleições de 1990 que removeram o seu irmão do poder e levaram à Presidência a oposicionista Violeta Chamorro.
Família pede respeito ao luto
Na época, mesmo perdendo o cargo de ministro da Defesa, o governo manteve Humberto como líder do Exército até 1995. Analistas internacionais dizem que, no comando das Forças Armadas, o general profissionalizou as tropas no país.
Em nota oficial, o regime disse reconhecer “a contribuição estratégica do general Ortega como militante sandinista”. Filhos e netos do ditador expressaram “profundo pesar” pela morte e pediram “respeito à privacidade e ao luto” da família.
Fonte: revistaoeste