CENÁRIO AGRO

Mercado do milho no Sul do Brasil apresenta lentidão enquanto bolsas internacionais registram alta

2025 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá
Situação do milho no Sul do país

O mercado do milho segue travado especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil, mesmo com o avanço da colheita em alguns estados. No Rio Grande do Sul, a dependência do mercado externo continua limitando a movimentação local. Segundo a TF Agroeconômica, as cotações de compra se mantêm estáveis, variando entre R$ 65,00 a R$ 68,00 por saca nas principais praças como Santa Rosa, Ijuí, Marau, Gaurama e Lajeado. Para agosto, as expectativas de preços estão entre R$ 66,00 e R$ 70,00 por saca.

Em Santa Catarina, o cenário é de negócios estagnados e custos elevados para a pecuária. Produtores em Campos Novos pedem até R$ 80,00 por saca, enquanto a indústria oferece no máximo R$ 70,00, dificultando acordos. Na região do Planalto Norte, os pedidos chegam a R$ 75,00, contra ofertas em torno de R$ 71,00, o que tem desestimulado vendas e levado produtores a reduzir investimentos na próxima safra.

No Paraná, apesar do avanço da colheita, o mercado não se destravou. Produtores buscam preços na faixa de R$ 73,00 a R$ 75,00 por saca FOB, enquanto as indústrias oferecem menos de R$ 70,00 CIF, limitando a liquidez. Os preços regionais oscilam entre R$ 54,18 e R$ 66,77, com destaque para a Região Metropolitana de Curitiba, que registra o maior valor médio.

O Mato Grosso do Sul também vive uma comercialização lenta, com negócios pontuais e preços entre R$ 44,38 e R$ 50,17 por saca. A insegurança entre produtores e compradores tem impedido a concretização de contratos em volumes maiores.

Movimentação nas bolsas e projeções para exportação

No mercado internacional, o milho fechou a quinta-feira (7) com alta nas principais bolsas. Em Chicago, o contrato de setembro avançou 1,25%, cotado a US$ 384,50 por bushel, e o contrato de dezembro subiu 1,43%, para US$ 407,00 por bushel. O movimento foi impulsionado por um robusto relatório semanal de vendas para exportação, com aumento expressivo nas compras para México e Guatemala, além de operadores recompondo posições diante de preços considerados atrativos.

As vendas externas da semana totalizaram 3,33 milhões de toneladas, 67% acima da semana anterior. No acumulado da safra 2024/25, que se encerra em 1º de setembro, as negociações já se aproximam de 63 milhões de toneladas. Contudo, tensões comerciais e a expectativa de revisão para cima da safra recorde americana pelo USDA limitaram ganhos mais expressivos.

No mercado doméstico, o dólar mais baixo e o avanço da colheita continuam pressionando as cotações internas. Os contratos futuros da B3 registraram pequenas correções positivas influenciadas pela alta em Chicago e pelas estimativas de exportação brasileira. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projeta embarques de 7,58 milhões de toneladas em agosto, superior aos 6,42 milhões do mesmo mês em 2024. Apesar disso, dados da Abiove mostram que em julho as exportações totalizaram 2,434 milhões de toneladas, 32% abaixo do ano anterior, mas com preço médio 6% superior, a US$ 210 por tonelada.

Os preços futuros fecharam na B3 da seguinte forma: setembro/25 a R$ 65,83 (+R$ 0,29 no dia, -R$ 1,00 na semana), novembro/25 a R$ 67,95 (+R$ 0,12 no dia, -R$ 1,19 na semana) e janeiro/26 a R$ 70,47 (-R$ 0,02 no dia, -R$ 2,18 na semana).

Fonte: portaldoagronegocio

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.