CENÁRIO AGRO

Mercado de trigo no Sul continua com movimento lento, porém preços se mantêm firmes com suporte do dólar e cautela dos moinhos

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá


Foto:
CNA

O mercado de trigo nas principais regiões produtoras do Sul do Brasil permanece lento, com pouca liquidez e negociações pontuais. Segundo a TF Agroeconômica, o cenário atual é reflexo das margens apertadas enfrentadas pelos moinhos e da elevada oferta disponível. A movimentação é limitada especialmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Rio Grande do Sul: estoques cheios e cautela nas compras

No Rio Grande do Sul, os moinhos estão com seus estoques garantidos até agosto e evitam novas aquisições, aguardando melhores condições de mercado. A moagem segue em ritmo reduzido, o que limita o consumo do trigo local. Os preços variam entre R$ 1.300,00 e R$ 1.380,00 por tonelada, conforme a qualidade, localização e prazo de pagamento. Para exportação, os valores giram em torno de R$ 1.290,00 por tonelada, mas as negociações ainda não evoluíram.

Santa Catarina: mercado parado e queda nas vendas de sementes

Em Santa Catarina, a comercialização praticamente estagnou. Boa parte do trigo consumido no estado vem do Rio Grande do Sul, o que dificulta a valorização dos preços locais. A safra nova ainda não tem indicações de preço, enquanto sementeiros relatam uma redução de cerca de 20% nas vendas. A produção prevista foi revisada pela Conab com queda de 6,3%, devido à menor produtividade. Em Xanxerê, houve leve alta nos preços, com a saca sendo negociada a R$ 79,00.

Paraná: mercado travado e margens apertadas

No Paraná, o mercado também segue travado, com divergências entre os preços pedidos pelos vendedores e as ofertas dos compradores. O trigo tipo 1 tem indicação de até R$ 1.500,00 FOB, mas não há concretização de negócios. A média de preços pagos aos produtores teve leve alta de 0,06% na semana, chegando a R$ 77,19 por saca. Segundo o Deral, essa valorização garante margem de lucro estimada em 4,98%. A safra nova ainda não movimenta o mercado, apesar das indicações de preços mais altos do que no mesmo período do ano anterior.

Alta do dólar e incertezas sobre a safra sustentam os preços

Além da dinâmica interna, fatores externos como a valorização do dólar e o temor de uma safra menor têm contribuído para manter os preços firmes. De acordo com o Cepea, a elevação da taxa de câmbio aumentou a paridade de importação, tornando o trigo brasileiro mais competitivo. Essa conjuntura beneficia os vendedores, que mantêm postura firme, observando o desenvolvimento das lavouras ou concluindo o plantio da safra 2024.

Compradores cautelosos e atentos ao mercado internacional

Enquanto isso, os compradores continuam cautelosos e seguem adquirindo volumes conforme surgem boas oportunidades. O foco está voltado principalmente ao trigo importado, influenciado pelas oscilações cambiais e pela dinâmica da oferta global.

Semeadura praticamente concluída no país

No campo, a semeadura do trigo está praticamente finalizada, com 91% da área estimada já plantada. O índice está alinhado ao mesmo período do ano passado e à média dos últimos cinco anos, indicando um ritmo dentro do esperado. O setor segue monitorando as condições climáticas e cambiais, fatores que devem influenciar tanto a produção quanto a formação dos preços nas próximas semanas.

Expectativa agora recai sobre o desenvolvimento das lavouras

Com a semeadura praticamente concluída, as atenções se voltam para o desenvolvimento das lavouras e para a competitividade do produto nacional frente ao trigo importado. A definição da próxima safra será determinante para os rumos do mercado nos próximos meses.

Fonte: portaldoagronegocio

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.