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Negociações seguem lentas no Sul do Brasil
O mercado de trigo no Sul do país permanece com baixo volume de negócios. No Rio Grande do Sul, os moinhos estão abastecidos até agosto e não demonstram pressa para novas compras. De acordo com a TF Agroeconômica, a primeira quinzena de julho foi marcada por pouquíssimas movimentações, com preços variando conforme qualidade, localização e condições de pagamento.
Os valores giram em torno de R$ 1.380,00 posto moinho nas regiões de Porto Alegre, Canoas e Serra. Negócios pontuais para trigo de boa qualidade e embarque em agosto chegam a R$ 1.300,00. Para exportação em dezembro, o valor de referência é de R$ 1.290,00, sem registro de novas operações.
Santa Catarina segue cautelosa nas compras
Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. Os moinhos compram apenas o essencial, e o trigo do Rio Grande do Sul pressiona as cotações locais. As ofertas gaúchas variam entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00 FOB, mais frete e ICMS. Os preços pagos aos produtores catarinenses estão entre R$ 72,00 e R$ 79,00 por saca, dependendo da região.
No Paraná, moinhos reduzem atividades e preços divergem
No Paraná, a situação também é delicada. Há relatos de moinhos suspendendo operações por falta de margem e de demanda. O trigo tipo 1 é ofertado por vendedores a R$ 1.500,00 FOB, mas os compradores não passam de R$ 1.450,00 CIF, travando as negociações. Para o trigo tipo 2, as ofertas variam entre R$ 1.280,00 e R$ 1.300,00, valores considerados baixos pelos vendedores.
O mercado paranaense ainda enfrenta a concorrência do trigo importado da Argentina e do Paraguai, com preços entre US$ 271 e US$ 278, dependendo do porto.
Perspectiva da nova safra ainda é incerta
Até o momento, não há negócios fechados para a nova safra de trigo. No Paraná, compradores indicam preços de R$ 1.400,00 para outubro e R$ 1.350,00 para novembro — cerca de 18,4% acima dos valores de setembro de 2024. Segundo o Deral, a média semanal de preços pagos aos produtores subiu 0,06%, alcançando R$ 77,19 por saca, com lucro médio de 4,98% frente ao custo de produção de R$ 73,53.
Alta do dólar e safra menor sustentam preços no RS e PR
Segundo o Cepea, a valorização do dólar — que eleva a paridade de importação — e a expectativa de uma safra menor ajudam a manter os preços do trigo firmes no Rio Grande do Sul e no Paraná. Vendedores seguem retraídos, acompanhando o desenvolvimento das lavouras e priorizando o término do cultivo da safra atual.
Enquanto isso, os compradores se movimentam de forma pontual, priorizando oportunidades no mercado externo. Em São Paulo, houve uma retração na demanda, o que forçou parte dos vendedores a aceitar propostas mais baixas.
Plantio avança e se mantém dentro da média histórica
No campo, a semeadura do trigo já atingiu 91% da área prevista para a safra brasileira, segundo dados do Cepea. O índice está alinhado com o mesmo período de 2024 e também com a média dos últimos cinco anos, indicando andamento normal do cultivo em nível nacional.
Fonte: portaldoagronegocio