Soja registra valorização na Bolsa de Chicago
O mercado da soja operou com forte alta na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) nesta quarta-feira (3), impulsionado pela cobertura de posições vendidas antes do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos. O movimento também foi sustentado pela disparada do óleo de soja, que se beneficiou de um projeto de lei aprovado no Senado norte-americano. A medida restringe subsídios a biocombustíveis produzidos com matéria-prima estrangeira, favorecendo o óleo de soja local, utilizado na fabricação de biodiesel.
Na sessão, os contratos com vencimento em agosto subiram 2,30%, fechando a US$ 10,53 1/2 por bushel. Já a posição novembro encerrou o dia a US$ 10,48, com alta de 2,01%. O farelo de soja com vencimento em dezembro avançou 1,11%, sendo cotado a US$ 290,80 por tonelada. No mesmo período, o óleo de soja subiu 2,58%, atingindo 52,07 centavos de dólar por libra-peso.
Nesta quinta-feira (4), os preços da soja seguem em alta, influenciados pela demanda interna dos Estados Unidos e pelos ganhos registrados no milho e no farelo. Por volta das 8h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 1 e 4,25 pontos, com o contrato julho cotado a US$ 10,51 e o novembro a US$ 10,52 por bushel.
Apesar das expectativas de acordos comerciais entre Estados Unidos e China, ainda faltam detalhes concretos sobre eventuais compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos. Além disso, o dólar em queda frente ao real tem dado suporte às cotações em Chicago, aumentando o apetite dos fundos de investimento.
Comercialização no Brasil enfrenta desafios logísticos e armazenagem
Enquanto o cenário internacional é de alta, no Brasil o mercado de soja segue pressionado por entraves logísticos, custos de frete e falta de estrutura para armazenagem, especialmente nos estados do Sul e Centro-Oeste.
Rio Grande do Sul
As negociações seguem pontuais, com foco em operações imediatas. Os preços para entrega em julho e pagamento no final do mês giram em torno de R$ 137,50 por saca no porto. No interior, os valores variam:
- R$ 131,00 em Cruz Alta (+0,77%)
- R$ 129,00 em Passo Fundo e Ijuí (-0,77%)
- R$ 130,00 em Santa Rosa/São Luiz
- R$ 118,00 em Panambi (preço no balcão)
Santa Catarina
O estado mantém cautela nas vendas, com atenção redobrada à capacidade de armazenagem, especialmente no Planalto Norte, onde o crescimento da produção pode provocar gargalos. No porto de São Francisco, a saca é cotada a R$ 134,59 (+0,33%).
Paraná
Produtores também monitoram de perto o armazenamento e mantêm ritmo moderado de vendas:
- R$ 134,95 em Paranaguá (+0,46%)
- R$ 120,49 em Cascavel (+0,73%)
- R$ 121,67 em Maringá (+0,36%)
- R$ 123,68 em Ponta Grossa (+0,11%)
- R$ 134,59 em Pato Branco (+0,02%)
No balcão, em Ponta Grossa, a cotação ficou em R$ 118,00
Centro-Oeste: preços firmes, mas com logística e frete como entraves
Mato Grosso do Sul
O estado enfrenta sobreposição das safras de soja e milho safrinha, o que mantém o frete elevado e complica a logística de escoamento. Os preços variam conforme a região:
- Dourados: R$ 119,66 (-0,22%)
- Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia: R$ 120,01 (+0,08%)
- Chapadão do Sul: R$ 107,30 (+0,57%)
Mato Grosso
Mesmo com safra recorde, o estado ainda lida com desafios em comercialização e armazenagem. As cotações mostram tendência de alta:
- Campo Verde: R$ 115,47 (+1,38%)
- Rondonópolis: R$ 115,47 (+1,38%)
- Primavera do Leste: R$ 114,74 (+0,74%)
- Nova Mutum: R$ 110,57 (+0,72%)
- Sorriso: R$ 110,57 (+0,21%)
- Lucas do Rio Verde: R$ 110,38 (+0,04%)
O mercado da soja vive um momento de valorização nos Estados Unidos, com suporte da demanda interna e de fatores legislativos ligados ao biodiesel. No Brasil, porém, os desafios logísticos e a limitação de infraestrutura de armazenagem dificultam a comercialização plena da safra, mesmo diante de preços firmes em várias praças. O setor segue atento às movimentações cambiais e aos desdobramentos do cenário externo para ajustar suas estratégias.
Fonte: portaldoagronegocio