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Leite mais acessível: desafios e preocupações do setor lácteo no Brasil

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O setor de lácteos no Brasil atravessa um momento delicado, marcado pela queda nos preços pagos ao produtor e pela alta nos custos de produção. Dados recentes apontam que, apesar do aumento da oferta de leite, o consumo mais fraco de derivados e a pressão nos custos operacionais têm gerado apreensão entre os produtores.

Preço do leite recua pelo segundo mês consecutivo

O preço médio do leite captado em maio registrou nova queda no país, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A média nacional fechou em R$ 2,6431 por litro, com recuo de 3,9% em relação a abril e queda de 7,4% frente a maio de 2024, considerando os valores reais deflacionados pelo IPCA.

A retração, embora incomum para o período, já era esperada por agentes do setor devido ao aumento da produção de leite e à demanda enfraquecida por derivados no mercado consumidor.

Derivados apresentam variações opostas no atacado

O comportamento dos preços no mercado atacadista paulista foi divergente entre os principais derivados em junho:

  • Leite em pó: queda de 2,2%, com valor médio de R$ 30,93/kg
  • Muçarela: alta de 2,01%, cotada a R$ 34,49/kg
  • Leite UHT: estabilidade, com leve alta de 0,04%, alcançando R$ 4,35/litro

Esses dados reforçam o cenário de incertezas no mercado de lácteos, influenciado tanto pelo consumo quanto pelas variações de custos e oferta.

Exportações recuam em junho, mas superam desempenho de 2024

No comércio exterior, o desempenho do setor também apresentou contrastes. As exportações de lácteos brasileiros recuaram 30,29% em junho na comparação com maio, segundo dados da Secex analisados pelo Cepea. Já as importações caíram 1,47% no mesmo período.

Apesar disso, o comparativo com junho de 2024 mostra crescimento:

  • Exportações: alta de 3,15%
  • Importações: aumento de 7,19%
Custo de produção sobe em média, mas varia por região

Outro fator que preocupa os produtores é o aumento nos custos. O Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,55% em junho na média nacional. No entanto, o movimento foi desigual entre os estados:

  • Alta nos custos: Minas Gerais, Paraná e Bahia
  • Queda nos custos: Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás

Esse cenário evidencia os desafios enfrentados pelos produtores, que precisam lidar com margens cada vez mais apertadas em um mercado instável.

Com a combinação de preços em queda, custos em alta e um mercado externo volátil, o setor de lácteos brasileiro segue pressionado e em alerta, exigindo atenção redobrada dos agentes da cadeia produtiva para os próximos meses.

Fonte: portaldoagronegocio

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